O Japão se prepara para uma transição de liderança política que, ao que tudo indica, manterá o poder nas mãos do Partido Liberal Democrático (PLD). Apesar de a coalizão governista ter perdido a maioria na Câmara dos Representantes, o próximo presidente do PLD deverá se tornar o novo primeiro-ministro, já que a oposição segue dividida e não conseguiu lançar um candidato único.
Segundo fontes próximas ao governo, o Parlamento japonês deve ser convocado para uma sessão extraordinária a partir de 14 de outubro, quando será escolhido o sucessor de Shigeru Ishiba. O atual primeiro-ministro anunciou, no início de setembro, que deixará a liderança do partido, assumindo a responsabilidade pelas derrotas sofridas pelo PLD nas últimas eleições para ambas as câmaras.
A possibilidade de mudança no poder chegou a ser cogitada, já que a coalizão entre PLD e Komeito perdeu a maioria parlamentar. No entanto, divergências entre os principais partidos de oposição – o Partido Democrático Constitucional do Japão, o Partido da Inovação do Japão e o Partido Democrático pelo Povo – impediram um acordo sobre candidatura conjunta, o que praticamente garante a continuidade do PLD no comando do governo.
Entre os nomes cotados para suceder Ishiba estão a ex-ministra de Assuntos Internos Sanae Takaichi e o ministro da Agricultura Shinjiro Koizumi, que aparecem como favoritos em pesquisas de opinião. Também são apontados como concorrentes o secretário-chefe do Gabinete Yoshimasa Hayashi, o ex-ministro das Relações Exteriores Toshimitsu Motegi e o ex-ministro de Segurança Econômica Takayuki Kobayashi.
O resultado da eleição interna do PLD, marcada para o próximo sábado, deve definir não apenas o novo líder do partido, mas também o rumo político do Japão em meio a um cenário de instabilidade parlamentar.