Tóquio – O número de emergências 110 da polícia japonesa serve para socorrer pessoas que estão em perigo, reportar crimes, acidentes ou incidentes emergenciais. No entanto, parece que há muitas pessoas que não compreendem quando devem ou não chamar a polícia.
Uma reportagem da emissora Fuji mostrou dados absurdos com relação ao número emergencial. Em 2021, a polícia japonesa recebeu 1,63 milhão de chamadas, mas cerca de 20% eram assuntos desnecessários, pequenos problemas pessoais e que não cabe a polícia resolver.
Ao receber uma chamada pelo 110, a polícia quer saber se houve um crime ou um acidente. E muitas vezes, a resposta do outro lado da linha é algo como: “Desculpe, estou em agora e queria saber como chegar até Shibuya. Pode me informar o caminho?”.
Parece brincadeira ou trote e talvez até seja. O órgão público não sabe se as pessoas que fazem este tipo de ligação estão brincando com um serviço sério ou se realmente não entendem quando e em que situação devem usar o número 110.
As ligações até parecem engraçadas, mas causam danos reais e são tão prejudiciais quanto as chamadas de ambulância que não conferem emergência, também muito comuns. No caso da polícia, ao atender uma ligação e conversar com alguém que não está precisando de ajuda imediata para algo grave, uma pessoa que realmente está em uma emergência pode sofrer atraso no atendimento.
E o atraso de um atendimento emergencial pode aumentar o risco de vida ou diminuir as chances de que a polícia consiga prender um criminoso que acabou de cometer alguma ação.
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Ligações para a polícia japonesa
A reportagem da emissora Fuji TV perguntou em postos policiais de províncias diferentes sobre os tipos de ligações desnecessárias que costumam receber.
O oficial Toshihiro Gamo, responsável pelo atendimento telefônico da polícia na província de Okayama, deu o seguinte relato:
“A gente recebe umas ligações bem importunas. Já teve gente dizendo no número de emergências que tinha bebido demais e queria ajuda para chegar em casa. Em outro caso, a pessoa queria uma ajuda para chegar até o hospital”, disse.
Na província de Shizuoka, o responsável regional do Departamento Policial de Shimizu, Kunihiro Kawana, contou algumas histórias.
“Uma vez ligaram porque o gato da família tinha se escondido embaixo da cozinha e queriam ajuda para tirá-lo de lá. Teve uma pessoa que ligou dizendo que o controle remoto da TV caiu no chão e pediu ajuda para juntar”, disse.
Houve ainda muitos outros casos estranhos e eles se repetem com frequência, perturbando o trabalho da polícia.
“Já ligaram porque a descarga do banheiro não funciona. Uma pessoa que ligou para a emergência queria que a gente removesse a neve da frente da casa dela. Em outro caso, o problema era que uma civeta tinha caído do telhado da casa da pessoa”, relatou.
O dia 10 de janeiro foi o dia do número de emergências 110. Aproveitando a ocasião, a polícia relatou os casos e pediu para que as chamadas sejam feitas apenas quando houver uma ocorrência real.