O preço médio dos terrenos no Japão registrou alta de 1,5% em 1º de julho em comparação ao ano anterior, alcançando o maior crescimento desde 1992. O avanço é atribuído à forte demanda por moradias, ao aumento do turismo internacional e ao interesse de investidores estrangeiros, segundo dados divulgados pelo governo nesta terça-feira (16).
Este foi o quarto ano consecutivo de valorização do mercado imobiliário japonês, impulsionado também pelo iene enfraquecido, que tem favorecido aquisições por parte de estrangeiros. Os terrenos comerciais tiveram destaque, com valorização de 2,8%, reflexo da inauguração de hotéis e lojas em grandes cidades, acompanhando o aumento de turistas internacionais.
De acordo com o Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo, a procura de estrangeiros por imóveis é cada vez maior em áreas estratégicas como o centro de Tóquio e destinos turísticos de Hokkaido. “A demanda de investimento por parte de estrangeiros está crescendo para condomínios em Tóquio e para resorts em Hokkaido”, afirmou um representante da pasta.
Os terrenos residenciais subiram em média 1,0%, puxados pela procura por moradias em centros urbanos e dormitórios de funcionários em áreas turísticas. Furano, em Hokkaido, se destacou com a maior valorização do país, de 27,1%, impulsionada pelo interesse de investidores em desenvolver resorts próximos às estações de esqui.
Já em áreas comerciais, o maior crescimento foi registrado em Chitose, também em Hokkaido, com 31,4%, beneficiada pela instalação da fábrica de semicondutores da Rapidus Corp.
Nas principais regiões metropolitanas — Tóquio, Osaka e Nagoya — os preços subiram 4,3%, tanto em áreas residenciais quanto comerciais. Nas demais províncias, o aumento médio foi mais moderado, de 0,1% para terrenos residenciais e 1,0% para comerciais.
Ao todo, 20 das 47 províncias japonesas tiveram alta nos preços residenciais, três a mais que no ano anterior, enquanto 26 apresentaram queda.
No ranking nacional, o terreno mais caro segue sendo o do edifício comercial Meidi-ya Ginza, no bairro de compras de Ginza, em Tóquio, avaliado em 46,9 milhões de ienes (cerca de US$ 320 mil) por metro quadrado, liderança que mantém há 20 anos.
Após o colapso da bolha de ativos em 1992, o Japão enfrentou décadas de queda nos preços dos terrenos. Contudo, o mercado imobiliário vem se recuperando nos últimos anos, após superar tanto a crise financeira global de 2008 quanto os impactos da pandemia de coronavírus.