Kochi – Uma escola especial na província de Kochi e o Comitê de Educação local ainda tentam entender o que levou uma professora a comprar inúmeros presentes para um aluno do ensino médio (koukou).
Segundo uma reportagem do portal japonês Real Live, o relatório sobre o caso, divulgado pelo Comitê de Educação da região, diz que os presentes começaram em 2018, quando a professora era a responsável pela turma do garoto.
Na época, o estudante estava relutando em participar dos eventos culturais da escola e a professora teria começado a dar presentes pequenos como uma forma de encorajar e incentivar a participação.
Teria sido apenas um ato gentil no início, mas que atingiu níveis maiores com o tempo.
O menino primeiro ganhou acessórios de pesca e uma carteira de presente. No ano de 2019, ela deixou de ser responsável pela turma dele, mas os mimos não pararam. Ela continuou presenteando o aluno com doces e bebidas.
Os presentes foram se intensificando, até que o estudante acabou ganhando cigarros da professora e por último um smartphone de modelo recente, que custou cerca de ¥100 mil.
Menores de idade não estão autorizados a fumar pela lei e ter dado cigarros ao garoto foi um ato criminal. Nem a escola e nem o Comitê de Educação conseguiram compreender o comportamento fora do comum da professora e sua justificativa pareceu ainda mais estranha.
Ela disse que conforme foi criando uma amizade com o menino durante a convivência diária na escola, acabou sentindo como se ele fosse um filho e passou a tratá-lo deste jeito.
Ela recebeu uma advertência pelo caso e as autoridades envolvidas foram criticadas por dar uma punição leve e não afastar a professora da escola.
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Professora, presentes e as reações
O caso trouxe dúvidas para as autoridades e ainda mais dúvidas para os internautas que acompanharam a notícia e acharam estranho o fato da professora ter gasto tanto dinheiro com o estudante.
Algumas pessoas estranharam principalmente a justificativa da professora, que disse que tratava o estudante como se fosse um filho.
“Se realmente tivesse sentimentos de mãe, jamais compraria cigarros para ele. Com certeza há algo por trás desta história”, disse uma internauta de acordo com o Real Live.
Outro leitor questionou também o fato do aluno ter ganhado um celular caro de presente.
“Os cigarros e o celular são dois absurdos. Isto está mais com cara de romance. Será que essa professora não se apaixonou pelo aluno adolescente?”, questionou.
O Comitê de Educação foi muito criticado pelos leitores, que acharam a punição muito leve, considerando a gravidade de dar cigarros para um menor de idade.
“Eu fio muito surpresa em saber que uma professora que deu cigarros para um estudante colegial continuará trabalhando na escola a partir de agora”, comentou um leitor.
“Uma simples advertência nem chega a doer. Acho que o Comitê de Educação e a escola estão sendo coniventes com o crime de dar cigarros para um menor de idade”, disse outro.
O caso segue sem justificativas convicentes. O Comitê de Educação comentou no último dia 20 que o comportamento da professora era inapropriado, principalmente com relação aos cigarros.
Mesmo assim, o órgão confirmou que a punição seria uma advertência e que iria preservar a posição da professora na escola. Não houve maiores explicações ou justificativas desde então.