Tóquio – O guia TasteAtlas, que mapeia pratos em todos os continentes, divulgou um ranking com as 100 piores comidas do mundo. A lista sofre atualizações constantes e mantém dois itens nipônicos que os japoneses não esperavam encontrar por lá.
Uma reportagem da Emissora Fuji mostrou que, até o dia 17 de fevereiro, o doce de arroz “okoshi” estava na 40ª posição e a massa “naporitan”, um prato japonês inspirado no prato italiano, encabeçava a 26ª posição.
Quando a notícia tomou conta das redes sociais, os japoneses manifestaram o quanto ficaram surpresos. Houve gente comentando que não podia entender como o doce “okoshi” poderia parar em uma lista dessas e outros questionaram o prato de massa: “como podem não perceber a delícia do naporitan”.
Os internautas também fizeram um questionamento: por que “natto”, o alimento de soja fermentada popular no café da manhã dos japoneses, mas que costuma desagradar o paladar dos estrangeiros pelo aspecto pegajoso e o cheiro, não foi parar na lista?
Ninguém sabe a resposta. O ranking também não explica os critérios das escolhas, mas passa algumas informações sobre cada um dos alimentos da lista. No caso do “okoshi”, diz que chega a levar 48 horas de preparo quando feito em casa.
Ao apresentar o prato “naporitan”, uma massa com ketchup, cebola, cogumelos e que pode variar na composição com salsicha, bacon ou presunto, o guia informa de que se trata de um “macarrão cozido demais”.
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A opinião pública
O caso gerou curiosidade e a Emissora Fuji preparou uma porção de doces okoshi e foi atrás de turistas em Asakusa, bairro popular de Tóquio, para saber o que pensam sobre o alimento tradicional.
Visitantes e moradores dos Estados Unidos, Austrália, Ucrânia experimentaram e disseram que era muito bom. Ao todo, dos 13 estrangeiros que provaram o doce, nenhum deles disse que não gostou.
No caso da massa naporitan, a equipe de reportagem foi até um restaurante em Yokohama, local onde o prato é conhecido e perguntou ao dono se ele conseguia entender o motivo de o prato de espaguete ter parado no ranking.
Para a surpresa da equipe, a resposta deu uma luz para entender a falta de popularidade do prato:
“É um espaguete com gosto de tomate e eu podia apostar que os estrangeiros gostam. Eu acho que o que desagradou não foi o prato, mas o nome. Não tem nada de “napolitano” nesse prato, o original é italiano”, comentou.
Outros itens da lista
Há um prato brasileiro na 100ª posição do ranking: o cuzcuz paulista e diz que há um “grande número de ingredientes” e um gosto de farinha de milho. A explicação do guia também diz que o prato é preparado em uma forma de pão e invertido no prato para que tenha um visual chamativo na hora da refeição.
Até a publicação da reportagem da Fuji, o item número 1 da lista era o Hákarl da Islândia, um prato de carne de tubarão fermentado por três meses e que passa outros quatro ou cinco meses em um processo de secagem.
Na última atualização, o Hákarl foi para o segundo lugar e a primeira posição foi tomada pelo Gamalost, um queijo norueguês de textura densa e granular, feito a partir de leite desnatado.
Outro prato que chama atenção são as “aranhas fritas” do Camboja, que ficou na sétima posição. O prato surgiu na década de 1970, em uma região infestada de tarântulas. As aranhas fritas passaram a ser servidas com ervas locais, arroz ou macarrão.
As aranhas fritas que se tornaram populares no Camboja
O prato se tornou popular, mas há uma advertência: não é para comer o abdômen dos insetos, pois contém os órgãos internos e os fluídos das aranhas. O sabor está todo nas patinhas.
Veja o ranking completo aqui. *Alguns itens podem trocar a ordem que são apresentados depois de novas atualizações do guia.