Tóquio – A experiência de ir no mercado fazer compras está se modificando na medida em que os preços aumentam e o consumidor precisa de mais dinheiro para dar conta dos itens de sempre.
Em 2022, a economia doméstica foi pressionada pelo aumento de contas em casa, como a energia elétrica e também pelo encarecimento de produtos: mais de 6.500 itens ficaram mais caros nas prateleiras dos mercados, como alimentos, bebidas e produtos de uso cotidiano.
Neste novo ano que acabou de começar, as perspectivas continuam pouco animadoras para as famílias no Japão. Segundo as informações da em[presa de pesquisa de crédito e dados Teikoku Databank, até o mês de abril, 7.390 produtos devem sofrer reajustes.
Os detalhes foram divulgados em uma reportagem da emissora Fuji. Itens como o kamaboko (iguaria japonesa de frutos do mar), produtos congelados e alimentos processados ficaram mais caros nos próximos meses (3.897 produtos destas categorias).
E mais 1.417 produtos entre molhos, condimentos e temperos terão reajustes nos preços. As bebidas também não escaparam: 1.446 itens como vinhos importados e outras bebidas alcoólicas e sucos ficarão mais caros.
Desta vez, o aumento superou as expectativas para o último ano. Em comparação ao aumento de preços que foi divulgado em dezembro de 2021 para o ano seguinte, houve um crescimento de 60% na lista de itens a serem reajustados.
A Teikoku Databank informou que há sinais de que as despesas de energia e as oscilações do iene estão provocando um encarecimento de produtos em um ritmo mais lento, o que é um bom sinal para o consumidor.
No entanto, há outra justificativa para os reajustes atuais: os ajustes de preço que aconteceram devido ao aumento do custo de matéria prima, distribuição e outros aspectos, não foram suficientes para cobrir as novas despesas.
Isto significa que muitos produtos que já tinham ficado mais caros no último ano, voltarão a sofrer um novo reajuste em breve. Só para o mês de fevereiro está previsto o aumento nos preços de 4.283 itens, duas vezes mais do que o ocorrido há dois anos.
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Produtos em quantidades menores
Para contornar a situação, evitar reajustes maiores e prejuízos ao consumidor, muitos setores estão dando um “jeitinho” em seus produtos, segundo a reportagem da Fuji.
A tendência para esse ano é ocorra uma redução nas quantidades das embalagens, para que seja possível manter a mesma oferta de produtos e aliviar o peso das compras domésticas.
Cada vez mais, a situação exige um jogo de cintura do consumidor, para conseguir manter as compras essenciais do mês dentro do orçamento doméstico, evitando supérfluos e itens que podem ser dispensados.
Para quem está com as contas apertadas, as idas ao mercado precisam ser mais estratégicas e considerar o aumento nas despesas que os reajustes devem provocar nos próximos meses.