A montadora japonesa Nissan anunciou nesta quinta-feira um corte de 9.000 empregos em todo o mundo, como resposta à queda nas vendas e ao aumento dos custos operacionais e de estoque. O movimento faz parte de uma estratégia de reestruturação que visa reduzir a capacidade de produção global em 20% para enfrentar os desafios do mercado automotivo, intensificados pela competição e pela crescente demanda por veículos elétricos e sustentáveis.
O Diretor Executivo da Nissan, Makoto Uchida, comentou a situação assumindo a responsabilidade pelos resultados decepcionantes e aceitando uma redução de 50% em seu salário. Ele prometeu que a empresa está focada em realizar uma reviravolta, afirmando que todos os aspectos das operações e estratégias da Nissan serão revisados para garantir uma adaptação mais rápida às mudanças do mercado.
Para o trimestre fiscal que se encerrou em setembro, a Nissan registrou um prejuízo de 9,3 bilhões de ienes (cerca de US$ 60 milhões), revertendo o lucro de 190,7 bilhões de ienes obtido no mesmo período do ano anterior. As vendas caíram para 2,9 trilhões de ienes (US$ 19 bilhões), enquanto no ano passado haviam atingido 3,1 trilhões de ienes. Uchida explicou que a empresa não conseguiu reagir com a agilidade necessária às mudanças globais, incluindo preferências dos consumidores e o aumento dos custos das matérias-primas.
Um dos principais desafios enfrentados pela Nissan tem sido o mercado norte-americano, onde a empresa enfrenta forte concorrência de gigantes como Ford, Toyota e Tesla. A companhia planeja implementar medidas para tornar suas operações mais enxutas e resilientes, visando reconquistar espaço nesse importante mercado automotivo.
A Nissan também anunciou uma previsão de queda nas vendas anuais, com uma meta de 3,4 milhões de veículos vendidos até o final do ano fiscal de 2025, uma redução em relação à previsão anterior de 3,65 milhões. Além disso, a receita projetada para o ano fiscal até março de 2025 foi reduzida para 12,7 trilhões de ienes (US$ 82 bilhões), abaixo da estimativa anterior de 14 trilhões de ienes.
Para reforçar o processo de reestruturação, a Nissan nomeará um diretor de desempenho, responsável por liderar as decisões estratégicas necessárias. Em virtude dos resultados desfavoráveis, a empresa também decidiu suspender o pagamento de dividendos aos acionistas. Uchida enfatizou que a prioridade atual é estabilizar a empresa, e uma previsão de lucro só será divulgada quando houver mais clareza sobre o futuro financeiro da montadora.