Fukushima – Um dia ensolarado e de diversão em um dos maiores lagos do Japão acabou em uma lastimável tragédia. Uma família japonesa visitava pela primeira vez o Lago Inawashiro na província de Fukushima, no dia 6 de setembro de 2020, quando foi surpreendida por um acidente repentino e fatal.
A família estava confraternizando na Praia de Nakadahama quando decidiu entrar na baía ao lado para brincar com uma moto aquática que puxava uma boia.
No momento do acidente, a mãe, de 35 anos (o nome não foi revelado) estava com o filho, Eita Toyoda, de então 8 anos, e mais duas pessoas, em uma plataforma dentro da água. O marido pilotava o jet ski, puxando os amigos na boia e a mãe e o filho esperavam a vez de se divertir.
“Ouvi um barulho de motor abrupto e quando fui olhar na direção, a lancha já estava na nossa frente. Eu só pensei em proteger as crianças e fugir, mas não consegui falar e nem me mover”, relatou para a emissora Fuji.
O acidente resultou na morte de Eita e a mãe ficou gravemente ferida. Ela acabou tendo que amputar as duas pernas em decorrência dos ferimentos e hoje vive com duas próteses.
“Cada vez que eu acendo um incenso eu só penso que preciso ter forças por mais um dia e sempre digo ao Eita que queria muito encontrá-lo”, desabafou a mãe.
Os pais descrevem Eita como um menino alegre, que gostava de snowboard e futebol.
“Dentro dos nossos corações de pai e de mãe, o Eita está sempre sorrindo”, disse o pai.
Tsuyoshi Sato, de 44 anos, que conduzia a lancha responsável pelo acidente, foi identificado e preso na terça-feira (14), pouco mais de um ano depois da tragédia. Ele é dono de uma construtora com sede na cidade de Iwaki (também em Fukushima) e negou as acusações da polícia, dizendo que não se lembra de nenhum acidente.
A polícia levou mais de um ano para identificar o culpado por causa das circunstâncias do acidente aquático que, diferente de uma estrada, não deixa provas. A polícia contou com as informações de testemunhas e da família e a lancha de Sato se tornou a hipótese mais provável para a investigação.
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Um ano do acidente
No dia em que completou um ano da tragédia, a família se reuniu ao redor de um altar montado próximo ao local do acidente. A mesa forrada por uma toalha branca exibia uma foto de Eita, girassóis e brinquedos que ele gostava e uma carta que a família escreveu.
Os familiares, pais e avós, fizeram um minuto de silêncio quando deu a hora exata em que a lancha atingiu o garoto e a mãe.
“Quando lembro do que aconteceu naquele dia, sinto uma tristeza e uma revolta enorme dentro de mim”, disse o pai, para a reportagem da emissora Fukushima TV (FTV).