Ainda não me acostumei a chamar séries coreanas de dorama, mas não deixa de ser. Uma forma de comprovar como o estilo caiu no gosto dos japoneses é ver como as produções de lá fazem sucesso aqui. Por isso, resolvi assistir Woo – Uma Advogada Extraordinária, uma série que está há alguns meses como top 1 da Netflix.
E dessa vez preciso confessar: me interessei pela série por ver ela, incansavelmente no TikTok. Não foram reviews nem nada do tipo, mas o comprimento entre a advogada Woo Young Woo (Park Eunbin) e sua amiga Dong Geurami (Joo Hyun Young). Confesso que acho muito difícil assistir conteúdo em coreano legendado em português e sempre tento ver dublado, mas essa série não tem dublagem em português no Japão (deveria ter colocado em japonês, que já é mais fácil né).
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Woo, fugindo do padrão de coreana
Apesar do comprimento da Woo e da Geurami ser o primeiro motivo para assistir, fiquei bem interessado ao perceber que ela era uma advogada dentro do espectro autista. Para quem já assistiu The Doctor Good, fica fácil entender o porquê. É claro que a série americana foi inspirada na série coreana Doctor Good.
E tantas séries boas como Skiq Game, All of us are dead e Profecia do Inferno, mas que não tem a menor necessidade de tratar de temas do dia a dia, sendo mais aceitável as liberdades artísticas. Mas em Woo, fica claro que vemos um retrato do que pode ser uma parte da sociedade sul coreana.
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Além disso, a personagem Woo não se encaixa no estereótipo da coreana, com uma porção de restrições e necessidade de ser bonita. É claro que o mesmo acontece na versão norte-americana de The Doctor Good (não via a versão coreana, então, não tenho como fazer referência). E o mais importante está ali: a dedicação em saber sobre a profissão.
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As situações complicadas
Para quem não sabe coreano, como eu, ouvir a apresentação dela é bem curioso. “Meu nome é Woo Young Woo, não importa a ordem em que for lido ele ainda será Woo Young Woo, como catraca, caneca, casaca, cômico e careca. Woo Young Woo.” Além disso, ver ela fugindo de contato, comendo sempre a mesma coisa (que não é sushi e sim kimbap), precisando contar antes de entrar em uma porta, além da falta de contato visual e da necessidade de falar sobre baleias, mostram os desafios que Woo precisa enfrentar, antes de defender alguém.
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Não apenas uma história de superação, mas é bem comovente como seu pai faz tudo o que pode para que ela possa realizar seus sonhos. Esse núcleo familiar também tem grandes surpresas. E se você pensa que vai ser resolvido só lá na frente, a coisa é bem mais rápida. Além disso, o ambiente altamente competitivo entre os advogados, traz momentos de angústia.
Mesmo com todos esses desafios, é muito bom ver que há espaço para temas assim e que eles são desenvolvidos com calma. Pois, nem tudo precisa ser aventura, batalhas e sangue. Essas experiências impensáveis, dão espaço a um novo panorama para repensarmos como temos certas vantagens sobre nossos desafios.
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