Tóquio – O governo japonês está disposto a evitar que a variante ômicron se dissemine ainda mais pelo país. O primeiro-ministro Fumio Kishida anunciou um plano mais rigoroso de quarentena aos viajantes que chegam do exterior e o tempo de espera em um hotel definido pelo governo pode aumentar.
Pelas regras atuais, o país está fechado para novas entradas, mas aceita o retorno de japoneses e os estrangeiros que tenham visto de residência e autorização de reentrada válida. Pelas regras atuais, a depender do país de onde veio, o viajante deve ficar 3, 6 ou 10 dias no hotel definido pelas autoridades de quarentena, recebendo comida na porta e com os custos pagos pelo governo.
As novas medidas anunciadas devem aumentar o tempo. Localidades que antes exigiam três dias em hotel podem aumentar para 10 dias, se o número de infectados pela ômicron no país se tornar alto. Neste caso, os últimos 4 dias de quarentena poderão ser passados em casa, desde que os testes deem negativo.
Para os que estiverem no mesmo voo de algum passageiro que tenha testado positivo para a ômicron, o tempo de quarentena será aumentado para 14 dias no hotel. Neste caso, o viajante passa a ser considerado de “alto risco de infecção”.
De acordo com a emissora NHK, o governo também anunciou um aumento de 3% na renda de profissionais de enfermagem e cuidadores de idosos, um incentivo em meio aos transtornos da pandemia, que tem deixado o trabalho nessas áreas menos atrativo.
Ômicron no Japão
Mesmo com todos os esforços do governo japonês, a variante descoberta há quase um mês e mais contagiosa que as outras cepas, tem sido responsável por novos casos de infecção no país. Embora a maioria dos casos seja de pessoas que viajaram recentemente ou tiveram contato com viajantes, a situação talvez já tenha fugido do controle das autoridades de quarentena.\
Os dados mais recentes do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar Social indicam que há mais de 85 casos confirmados no país. Na terça-feira, as autoridades confirmaram dois casos em Tóquio e um caso em Saitama.
O caso de Saitama é de um homem na faixa de 40 anos, que esteve em Camarões. Ele desembarcou em Narita no dia 17 de dezembro e esteve em contato próximo com um infectado. O homem estava de quarentena em casa quando fez o teste que deu positivo.
Os novos casos de Tóquio são de uma mulher na faixa de 40 anos, que esteve no Quênia e um menino, com menos de 10 anos, que esteve na Tanzânia. Os dois entraram no Japão nos dias 12 e 15 de dezembro e estavam de quarentena em casa.
Nesta quarta-feira (22), um caso de ômicron confirmado em Osaka foi o primeiro com a rota de transmissão desconhecida. O paciente não viajou para fora do país e não esteve com nenhum viajante.