Tóquio – O problema dos motoristas idosos tem pressionado o governo do Japão, na medida em que acidentes graves são registrados por pessoas que não estão mais em condições de dirigir, pela idade avançada ou por sintomas de demência.
Segundo uma reportagem da emissora Fuji TV, o número de motoristas com mais de 75 aumentou em mais de 2 milhões de pessoas nos últimos 10 anos. São cerca de 5,9 milhões pessoas dirigindo nesta faixa etária, de acordo com os dados de 2020.
Em 2019, um grave acidente provocado por um motorista idoso tirou a vida de uma mulher e seu filho em Ikebukuro (Tóquio). Outros acidentes, como os idosos que confundem o freio com o acelerador, atropelam pessoas ou invadem prédios com o carro, se tornaram comuns nos noticiários.
Para reduzir os riscos e aumentar a fiscalização dos motoristas em idade avançada, o governo japonês efetivou novas medidas e tem aumentado a rigorosidade. Em junho de 2020 houve uma revisão da Lei de Segurança no Trânsito e a partir de 13 de maio de 2022, novas regras entrarão em vigor.
A paritr desta data, os motoristas com mais de 75 anos que desejarem renovar a carteira terão que passar por um teste de direção caso cometam uma entre 11 infrações de trânsito nos últimos três anos. As infrações são delitos como ignorar a sinaleira, excesso de velocidade, andar na contramão, não tomar medidas básicas de segurança como colocar o cinto, usar o celular enquanto dirige, entre outras.
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Teste de direção para motoristas idosos
O teste terá custo de ¥3.550 e deve ocorrer em uma pista própria para a avaliação. O motorista terá que dirigir em uma velocidade determinada pelo avaliador e passará por situações comuns no trânsito, como sinaleira ou a placa ‘tomare” (pare).
A pontuação máxima é 100 e ao cometer um delito, o motorista perde pontos. Se a nota ficar abaixo de 70, não será possível renovar a carteira. Se não parar na placa “pare”, o motorista deve perder de 10 a 20 pontos no teste. Se ignorar o sinal, perderá até 40 pontos. É possível ser reprovado com um único erro.
Além disso, o teste irá avaliar detalhes como o jeito em que o motorista pega o volante e conduz o carro, se é de forma adequada ou não. Se for aprovado, haverá ainda o teste cognitivo para verificar se não há sinais de demência. Se ficar constatado que o motorista não tem sintomas da doença que afeta a mente, a carteira será renovada.
No caso de reprovação, será possível fazer o teste mais vezes, mas o idoso não terá a carteira renovada enquanto não passar.
A previsão é de que 150 mil pessoas realizem o teste por ano. Além disso, o governo japonês pretende lançar uma nova opção aos idosos, uma carteira de motorista que permita dirigir apenas os veículos reconhecidos como “carros de suporte”, que possuem freio automático e outros recursos de segurança.