Tóquio – Será que pensar como uma pessoa rica faz diferença na conta bancária e possibilita o acúmulo de forturnas? O pesquisador japonês da área de mentalidade de negócios, Shinji Kamioka, acredita que sim.
Em entrevista ao Portal All About, ele contou suas experiências de estudo e citou as características em comum que descobriu nas pessoas com facilidade de acumular fortunas.
Quando o assunto é finanças pessoais, podemos observar vários padrões. As pessoas que sempre gastam mais do que ganham e se endividam, enquanto que outras gastam o suficiente para viver bem, mas nunca acumulam dinheiro.
Há ainda aqueles que constroem negócios lucrativos do zero, ganham fortunas e mesmo quando passam por uma crise a ponto de perder tudo, conseguem reverter o jogo e logo estão ricos de novo.
Para Shinji, essas pessoas possuem um jeito de pensar e agir específico e que é muito diferente da maioria que nunca chega a acumular dinheiro durante a vida.
“Tive muitas oportunidades de interagir com empresários bem-sucedidos e descobri alguns padrões do ponto de vista psicológico. A facilidade de acumular dinheiro não se deve a um conhecimento superficial e técnico. É consequência da forma de encarar a vida, de pensar e de agir”, afirmou.
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Confiança na própria capacidade
Quando você tem um desafio pela frente, foi designado a realizar um trabalho difícil ou precisa resolver um problema complicado, qual é o seu padrão mental? Há muitas pessoas que desconfiam da própria capacidade, acreditam que não irão conseguir e se sentem muito preocupadas.
De acordo com Shinji, as pessoas que acumulam fortunas funcionam de maneira contrária. Elas possuem um forte sentimento de que são capazes de superar as dificuldades, vencer os desafios e alcançar seus objetivos.
“Há um forte sentimento de auto-eficiência na maioria deles. Mesmo que pensem que é difícil, algo dentro deles diz que são capazes e eles vão em frente. Por causa disso, são bem-sucedidos e passam a serem vistos como pessoas altamente capazes”, explicou.
O conceito da auto-eficiência já foi explicado pelo psicólogo e professor canadense Albert Bandura, que faleceu este ano. Segundo Bandura, trata-se da autoimagem das pessoas com confiança de que são capazes e competentes.
Bandura afirmava que o ser humano é plenamente capaz de aumentar essa capacidade de acreditar no próprio potencial e dava alguma dicas para isto. Entre elas, lembrar dos momentos de êxito passado para se inspirar e conhecer a história de outras pessoas de sucesso para estudar e aprender.
Os introvertidos enriquecem mais fácil
Parece contraintuitivo, mas de acordo com o pesquisador Shinji, há mais introvertidos acumulando forturnas do que extrovertidos. Segundo os conceitos apresentados pelo psiquiatra suíço Carl Jung, os extrovertidos encontram seus critérios sobre o valor da vida no mundo externo, enquanto que os introvertidos encontram este valor no mundo interior.
“Os extrovertidos obtém energia de atividades em conjunto com outras pessoas, enquanto que os introvertidos obtém energia encarando o mundo interior. Os que encontram prazer na realização, diversão e interesse através de si próprios obtém melhores resultados na conquista contínua dos objetivos”, afirmou.
Atividade que traz satisfação e forturnas
Por fim, Shinji explica que os ricos e super-ricos não começam negócios simplesmente porque querem ganhar muito dinheiro.
“Percebi que há muitas pessoas que escolheram uma atividade que amam de verdade, ficam absortas nela e enquanto colocam a energia naquilo que tanto gostam, obtém os resultados financeiros”, explicou.
Um elevado ganho financeiro pode ser a consequência de se dedicar à uma atividade produtiva, que gere valor social e ao mesmo tempo traga satisfação pessoal.