Tóquio – As mulheres ocupando cargos de chefia e recebendo o mesmo salário que os colegas homens, para exercer a mesma função, é o que se espera de um país que preza pela igualdade de gênero.
Mas o Japão ainda parece muito atrasado nesse sentido e desta vez, seguiu a mesma tendência do ano passado e ficou na penúltima posição do ranking da revista britânica The Economist sobre os melhores países paras as mulheres trabalharem.
O último lugar do ranking é a Coreia do Sul. Os dois países asiáticos estão há pelo menos 6 anos ocupando as últimas posições do levantamento anual da revista.
O ranking analisa 29 nações desenvolvidas em vários critérios, como as condições de trabalho para as mulheres e a facilidade de colocá-las no mercado de trabalho. O Japão é um país que precisa cada vez mais de mão de obra. Por isso, tem feito esforços para facilitar a inserção das mulheres em atividades laborais.
Mas enfrenta desafios, pois a função de cuidar da casa e filhos ainda cai mais sobre as mulheres no Japão. Os responsáveis pelo ranking comentaram a situação da Coreia do Sul e do Japão e algumas razões pelos quais esses países não conseguem um desempenho melhor.
“As mulheres no Japão e na Coreia do Sul ainda precisam escolher entre a vida doméstica e o trabalho”, comentou um representante.
E é verdade. Muitas mulheres entram jovens nas empresas, mas acabam deixando de trabalhar quando casam e engravidam. As que permanecem nas corporações e fazem carreira, muitas vezes são solteiras e sem filhos.
É um desafio para o Japão mudar essa realidade e está cada vez mais necessário. Além das necessidades do mercado de trabalho, as circunstâncias que limitam as possibilidades para as mulheres faz com que muitas decidam não ter filhos. O número de crianças no Japão tem caído anualmente há mais de 30 anos.
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Os melhores países para as mulheres
Anualmente, o topo do ranking da revista tem sido ocupado por nações nórdicas. A Suécia seguiu a tendência do ano passado e ficou no topo do levantamento mais uma vez, como o melhor país para as mulheres trabalharem.
Além das condições salariais mais justas, a Suécia tem um número elevado de mulheres em cargos de chefia e na política. Quase metade do parlamento sueco é composto por deputadas.
Os suecos também mostram um perfil doméstico mais igualitário. Os casais costumam dividir igualmente as responsabilidades de cuidar da casa, dos filhos e pagar as contas. Com uma carga doméstica menor em cima das mulheres, fica mais fácil seguir carreira e criar os filhos ao mesmo tempo.
Os outros países que ocuparam o topo do ranking este ano foram a Islândia em 2° lugar, a Finlândia em 3° lugar e a Noruega em 4° lugar, todos vizinhos nórdicos. O Reino Unido ficou em 17° lugar e os Estados Unidos em 20° lugar.
Como é um ranking apenas de países desenvolvidos, o Brasil não entra na pesquisa.