A linha de smartphones da Apple, o iPhone, pode sofrer um aumento de preços significativo — de até 43% — segundo estimativa da Rosenblatt Securities. O motivo está nas tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afetam diretamente os custos de produção e importação dos aparelhos.
Desde o dia 3 deste mês, um dia após o anúncio do chamado “Dia da Libertação” ou do “tarifaço”, diversos veículos de comunicação do Japão e do exterior vêm destacando essa possibilidade de alta. A preocupação se dá principalmente pelo fato de que a Apple fabrica peças e até monta seus iPhones em países como China, Índia e Vietnã — todos incluídos na nova rodada de tarifas elevadas.
Se a Apple optar por repassar esse aumento nos custos aos consumidores, os impactos poderão ser expressivos. Um exemplo citado pela estimativa da Rosenblatt mostra que o iPhone 16, com 128 GB de armazenamento, poderá ficar até 343 dólares mais caro nos EUA — cerca de 50 mil ienes. Até mesmo o modelo mais básico, o iPhone 16e, poderá ter um aumento de até 38 mil ienes.
Japão também pode ser afetado?
Apesar de as tarifas se aplicarem especificamente às importações dos EUA, o Japão pode não sair ileso. Isso porque, embora os iPhones importados para o Japão não estejam diretamente sujeitos às tarifas recíprocas, a Apple costuma adotar estratégias globais de precificação. Ou seja, qualquer mudança significativa nos custos de produção pode acabar afetando os preços praticados em outros mercados também.
Com um possível aumento de 43%, um iPhone 16 Pro que atualmente custa ¥159.800 no Japão poderia alcançar o valor de ¥228.514 — um salto considerável para os consumidores japoneses.
Outro fator de atenção é a tensão comercial entre os Estados Unidos e a China. O governo chinês já prometeu retaliações às novas tarifas. Até então, os produtos vindos da China eram taxados em 20%, mas, a partir do dia 10 deste mês, a tarifa subiu para 54%, com o acréscimo de 34% determinado pelo governo Trump.
Com as negociações entre os países ainda em curso, consumidores de todo o mundo — inclusive no Japão — devem acompanhar de perto os desdobramentos dessa guerra comercial que pode impactar diretamente o bolso dos fãs da Apple.