Tóquio – No mês passado, a maior conferência de startup do Japão realizou um evento que reuniu uma série de companhias com promessas de produtos inovadores.
Durante dois dias, cerca de 15 startups se destacaram com a exibição de seus lançamentos.
Segundo uma reportagem da emissora Fuji, por causa dos tempos de pandemia em que o mundo vive hoje, muitas empresas estão investindo nas transformações digitais.
E uma startup que chamou atenção no evento foi a Langualess Inc, que exibiu um protótipo de coleira capaz de ler as emoções caninas e informar ao dono.
O equipamento tecnológico possui um sensor especializado em batimentos cardíacos, que detecta os batimentos do cão através do pelo ou mesmo da roupa, caso o animal esteja vestindo uma.
Chamada de “Inupathy”, a coleira faz uma análise do sistema nervoso autônomo do cão e traduz as emoções, ajudando a melhorar a comunicação do pet com o dono.
Para Kana Yamairibata, a presidente da startup desenvolvedora, a tecnologia representa um passo nas relações entre humanos e cães.
“A maioria dos donos de cães não sabem se o animal está irritado ou contente, ou o motivo de estar latindo. Acredito que este produto irá aprofundar as relações das pessoas com seus pets”, disse.
A coleira passa informações ao dono em tempo real e mostra o temperamento do animal através de cores. Desta forma, é possível agir de forma mais coerente para ajudar o cão a relaxar, se acalmar entre outras coisas.
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Startup e desenvolvimento conjunto
O uso da coleira digital vai além do benefício na comunicação entre donos e cães.
Os dados fornecidos pelo equipamento devem ser utilizados também por outras empresas, pesquisadores e desenvolvedores de produtos, para auxiliar na elaboração de novos tipos de comida canina e produtos que sejam do agrado dos cachorros.
Uma das empresas a trabalhar em conjunto com a startup é a Q’sai, especializada na produção de alimentos. Uma das questões no desenvolvimento de ração e suplementos para cães é a dificuldade de verificar se o sabor é do agrado do animal.
Através dos dados coletados pela coleira, será possível identificar as emoções dos cães com relação ao alimento, ajudando assim a desenvolver rações mais saborosas além de nutritivas.
A startup também está trabalhando com parceiros internacionais e universidades, como a Universidade de Ciências de Wakayama e a Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austrália.
A universidade australiana está realizando pesquisas sobre como melhorar o treinamento de cães que prestam serviços de assistência. A startup iniciou o compartilhamento de dados com o time de pesquisadores australianos, para auxiliar no desenvolvimento de novos programas de treino.
A startup visa agora utilizar os dados para desenvolver algum mecanismo que ajude na manutenção de saúde dos cães, como a identificação precoce de doenças. Um outro projeto em curso é o desenvolvimento de uma coleira menor e que também possa ser utilizada em gatos.
Reações do público
Um hotel para animais de estimação em Fuchu (Tóquio), chamado de “Happy Tails”, realizou um encontro de experimentação entre donos e cães para testar o funcionamento da coleira, a troca de cores na prática e as reações.
De acordo com a Fuji TV, o evento gerou expectativas e surpresas nos participantes, que ficaram encantados ao desvendar as emoções de seus cães através das cores exibidas pela coleira Inupathy.
“Agora ficou fácil de saber se o cão está contente ou chateado quando o levo para se exercitar, por exemplo”, disse um participante.
“A inupathy muda de cor rapidamente. É como as emoções humanas, que mudam com frequência. O ritmo entre o nervosismo e o relaxamento também varia entre os cães. Quero que muitas pessoas utilizem em seus cães, identifiquem suas individualidades e valorizem ainda mais a companhia do pet”, disse Imamura.