Tóquio – A ampla adesão das vacinas contra a covid-19 é a forma mais rápida de colocar um fim na pandemia, mas nem todo mundo está confiante para aceitar os imunizantes.
No Japão, 2.500 pessoas responderam um questionamento sobre a intenção de se vacinar e cerca de 10% dos entrevistados disseram que não querem tomar nenhuma das opções de imunizantes.
Segundo uma reportagem da emissora Asahi, os entrevistados tinham entre 20 e 69 anos. As respostas negativas partiram de 12,7% dos participantes entre 20 e 29 anos e 10,1% daqueles entre 30 e 39 anos.
O principal motivo para a recusa foi o medo dos efeitos colaterais. De todas as pessoas que negaram, 51% disseram ter preocupações com relação a esta possibilidade.
Outra resposta que chamou atenção foi a falta de confiança na segurança das vacinas com relação ao futuro. Este motivo foi declarado por 34,8% dos entrevistados que não vão tomar vacina.
Parte disto se deve a rapidez na qual as vacinas foram produzidas, o que gerou insegurança em parte das populações, embora fabricantes, cientistas e especialitas garantem a qualidade e eficácia das doses.
Por último, os participantes responderam sobre o que deveria ocorrer para fazê-los mudar de ideia com relação a aplicação das vacinas.
Quase metade dos indivíduos (48,4%) disseram que poderiam aceitar a vacina se a segurança for comprovada a longo prazo. Para 44%, o cenário pode mudar caso haja uma ampla coleta de informações sobre os efeitos colaterais e sintomas.
Uma pequena parcela dos entrevistados não se mostrou propenso a tomar a vacina de nenhuma forma. Entre as respostas, 19,6% afirmaram que não acreditam que irão tomar uma postura positiva com relação aos imunizantes algum dia.
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Campanha de vacina no Japão
Embora uma pequena parcela da população japonesa seja contra as vacinas, a maioria segue interessada na imunização e com os anseios de que a pandemia e as restrições acabem em um futuro próximo.
O país teve dificuldades para acelerar a vacinação desde fevereiro, quando as doses passaram a ser aplicadas com atraso em comparação com outras nações desenvolvidas.
De acordo com o levantamento da emissora NHK, 40,25% da população ja tomou uma dose e 29,84% está completamente imunizada.
A vacinação tem sido conduzida através de agendamento realizado após o envio de uma notificação pelo correio, que informa que o momento de tomar a vacina chegou. Depois de imunizar os profissionais de saúde, a fila passou para os idosos acima de 65 anos e agora está em faixas etárias mais baixas em algumas prefeituras.
A fim de aumentar a transparência e confiança da população, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar Social vem divulgando os relatos de efeitos colaterais após a vacinação na província. Alguns sintomas como uma febre leve tem sido registrado após a vacina.
No dia 25 de julho, por exemplo, o Ministério da Saúde relatou que de 3 a 4 pessoas que tomaram a segunda dose do imunizante da Moderna tiveram febre. O professor Suminobu Ito, do Departamento de Medicina da Universidade Juntendo e responsável pela pesquisa do Ministério, relatou que o sintoma após a vacina são recorrentes.
“Os sintomas devem desaparecer até três dias após o recebimento da dose. Há casos em que a febre chega a 40 graus, principalmente após a segunda dose. Seria interessante se os vacinados pudessem tirar folga do trabalho ou escola após a imunização”, sugeriu.
Mais informações sobre o andamento das vacinas e os relatórios do Ministério da Saúde podem ser conferidas na página especial da Emissora NHK, em japonês: veja aqui.