Tóquio – Yuto Nakazawa é um menino japonês de 10 anos, diagnosticado com uma doença rara que costuma afetar uma em cada 500 mil pessoas.
O problema de Yuto é no coração. A condição é chamada de cardiomiopatia restritiva e afeta as paredes dos ventrículos, que deixam de passar pelo processo normal de enchimento sanguíneo provocado pelos batimentos.
No caso do Yuto, os médicos japoneses declararam que a solução era uma só: encaminhar o menino para um transplante de coração. Mas ele não podia ficar à espera de um doador no Japão por causa de sua condição frágil e as chances de encontrar um doador no país são pequenas.
A família concordou em transferi-lo para os Estados Unidos, onde é mais fácil atender a urgência do transplante. Yuto fez a viagem em fevereiro e em abril, o quadro de saúde piorou: ele passou a utilizar um dispositivo de assistência ventricular enquanto aguardava por um doador.
A situação prosseguiu até outubro, quando o doador foi finalmente encontrado. Yuto fez o transplante no último dia 27 e a cirurgia foi finalizada sem complicações.
“Finalmente conseguimos o transplante e eu estou muito grato por isso. Agora ele está descansando sem nenhum problema e o sonho do meu filho de ter uma vida normal poderá ser realizada. Estamos muito felizes”, disse o pai, Chiharu Nakazawa, para a emissora Fuji.
O sucesso do transplante e a possibilidade de salvar a vida do filho foi um alívio para a família, mas enquanto acompanham a recuperação do filho, precisam lidar com uma questão difícil: como pagar a conta de ¥600 milhões do hospital.
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A despesa de ¥600 milhões
Quando Yuto foi diagnosticado e os médicos falaram sobre a necessidade de um transplante cardíaco e que seria melhor ir aos Estados Unidos, a família contou com a ajuda de voluntários e atividades de arrecadação de fundos foram executadas.
O valor inicial era de cerca de ¥300 milhões e a família conseguiu arrecadar ¥237 milhões em doações. Mas houve dois fatores que fizeram o valor dobrar: a condição de saúde do menino exigiu que novos procedimentos cirúrgicos fossem realizados e, ao mesmo tempo, a moeda japonesa sofreu uma desvalorização histórica.
Agora, o valor arrecadado não é metade da dívida.
“A situação financeira mundial não está boa, o custo de vida em aumentado e não é um momento justo para que a gente possa pedir doações monetárias. O dinheiro não é suficiente, estamos encrencados e é um sofrimento lidar com isso”, ponderou o pai.
De acordo com a reportagem da emissora Fuji, Yuto vai ficar em repouso e observação no hospital por alguns meses e se não houver complicações e necessidade de procedimentos extras, ele poderá retornar ao Japão em fevereiro do próximo ano.