Tóquio – Uma confraternização entre colegas de trabalho em Tóquio acabou indo longe demais. A noite, que começou com bebidas e conversas leves, se transformou em caso de polícia, prisões e o saldo de uma vítima que sofreu agressões físicas e psicológicas.
De acordo com a Emissora Nippon TV, o grupo trabalhava para a empresa de mudança Art Hikkoshi Center. Yoshihiro Morimoto, de 52 anos, o colega Takuya Iwakura, de 27 anos e outros dois colegas de 19 anos foram presos.
Os quatro envolvidos teriam cometido o ato de agressão e humilhação contra a vítima em abril deste ano, em um encontro que aconteceu no apartamento de Iwakura, no distrito Edogawa em Tóquio.
Os colegas estavam conversando e se divertindo normalmente: três dos agressores e a vítima. Por volta das 22h, Morimoto, o colega que era o mais velho do grupo, chegou no apartamento e a situação foi se transformando.
A reportagem relatou que eles estavam bebendo e Morimoto teria começado a provocar a vítima, dizendo que “não estava achando graça” e ele “devia tirar as roupas”.
A vítima tirou as roupas até que ficasse só de cueca e quando uma mulher que também era colega de trabalho se juntou ao grupo, Morimoto teria dito para ele tirar a cueca na frente dela.
O rapaz não queria, então o grupo de quatro colegas rasgaram a cueca dele. A vítima ficou nua e foi paralisada pelos ombros enquanto recebia socos no rosto. Morimoto ainda tirou fotos e quando alguém trouxe uma cueca nova para ele vestir, a cueca foi rasgada de novo.
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Consequências do bullying
A vítima do grupo sofreu ferimentos no rosto e nos quadris e precisou de três semanas de tratamento médico para se recuperar. Além dos danos psicológicos, o trauma e a humilhação.
Ele ficou afastado do trabalho com licença médica e em meados de maio, foi diagnosticado com transtorno de ansiedade. A vítima tirou mais um mês de licença e pediu demissão quando chegou a hora de retornar ao trabalho.
Durante a investigação policial, os envolvidos deram depoimentos. Morimoto disse que não se lembra de ter batido na cabeça da vítima, empurrado ou praticado qualquer outro ato de violência, mas que estava “muito bêbado” e que sabe que tirou a foto do colega com a cueca rasgada.
Iwakura, que era o dono do apartamento, disse que “participou da vibe que se instalou no quarto” e ajudou a tirar a cueca da vítima, além de feri-lo.
De acordo com as informações da polícia, todos eles confirmaram as acusações. A polícia acredita que a vítima sofria bullying constante do grupo e está investigando se houve outros episódios, dentro e fora do ambiente de trabalho.
A empresa de mudança Art Hikkoshi Center não quis comentar o caso criminal envolvendo seus funcionários e disse que estava “verificando os fatos” e colaborando com a investigação da polícia.