Yokohama – Muitas escolas na província de Kanagawa amanheceram em alerta nesta terça-feira (20). Durante a madrugada, um fax foi enviado para 30 instituições públicas e privadas na província com o mesmo tom de ameaça.
O fax é uma tecnologia antiga, mas ainda muito comum em organizações e empresas no Japão. O bilhete enviado para as instituições de ensino exigia a transferência de ¥6 milhões em duas contas bancárias diferentes, os dados das contas também constavam no papel.
A mensagem dizia ainda que se a transferência não fosse realizada, armas de fogo e coquetéis molotov seriam utilizados para provocar um assassinato em massa no prédio da escola, ceifando a vida de alunos e professores.
Uma reportagem do Jornal Mainichi noticiou o caso e informou que o departamento educacional do governo da província orientou as escolas para reforçarem a segurança e se manterem em alerta. As autoridades decidiram que não era o caso de suspender as aulas, já que a mensagem soou mais como um trote do que como uma ameaça real.
A polícia local também iniciou uma investigação para tentar identificar o autor o mais rápido possível. Ele poderá responder por crime de ameaça e de perturbação à atividade pública ou comercial.
Essa categoria engloba falsas ameaças e outras situações, como o caso do homem que “furtou” o sushi de outro cliente da esteira de um restaurante ou os casos em que agulhas são encontradas nos pães de supermercados.
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Ameaça de bomba em universidades
Foto de Kaleidico na Unsplash (imagem ilustrativa)
Outro incidente parecido atormentou universidades nesta semana. Na segunda-feira (23), universidades nas províncias de Hokkaido e Ibaraki também receberam fax com mensagens ameaçadoras e repentinas.
As mensagens diziam que bombas tinham sido instaladas nos prédios das instituições e que iriam explodir se as universidades não enviassem dinheiro para uma conta bancária específica. Nenhum explosivo foi identificado, mas a polícia e as administrações ficaram em alerta.
As ameaças de bombas são eventuais no Japão e tem se mostrado um tipo de trote que os criminosos gostam de aplicar. Entre o fim de julho e início de agosto do ano passado, Fusaho Izumi, prefeito da cidade de Akashi na província de Hyogo, recebeu uma série de e-mails ameaçadores que diziam que ele seria assassinado com uma pistola.
O prefeito consultou a polícia, registrou a denúncia e teve que conviver com o temor de ser abordado por algum desconhecido ou sofrer uma tentativa de assassinato. O caso trouxe uma perturbação ainda maior depois que o ex-primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, acabou assassinado em um comício em Nara, cerca de um mês antes do prefeito ser ameaçado.
No caso de Shinzo Abe, não houve ameaças prévias. O ex-premiê foi atacado de surpresa no evento que teve falhas de segurança. O autor do crime, Tetsuya Yamagami, usou uma arma caseira e revelou que a motivação do crime foi um suposto vínculo de Abe com uma organização religiosa que teria feito sua mãe ir à falência por causa de doações.