A Netflix não investe apenas em anime, filmes e séries, há diversos documentários interessantes escondidos nela. Um desses que ainda não tinha assistido era “CEO em Fuga: A História de Carlos Ghosn”. Ele é bem curto, com 1h35min, mas mostra uma trajetória brilhante. Ghosn não era apenas mais um estrangeiro vivendo por aí, mas um dos maiores gênios por trás da indústria automobilística, tanto que ele mudou a história de duas montadoras, que hoje, são gigantes.
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E mesmo que, para alguns, Ghosn não passe de um fora da lei e de uma pessoa prepotente, sua carreira foi marcada por pontos altos e baixos, onde ele se mostrou um grande estrategista e conhecedor do mercado internacional, além de entender o que o público esperava de um carro e de saber como lidar com seus empregados. Agora, com Ghosn voltando a ser notícia, após entrar com um processo contra a Nissan, está na hora de conhecermos esse documentário.
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Carlos Ghosn, um “ativo empresarial”
Quem mora no Japão já ouviu falar do nome de Carlos Ghosn alguma vez na vida. Recentemente, ele se tornou notícia pelo processo contra a Nissan, pedindo 1 bilhão de dólares por danos à sua imagem. Há alguns anos, ele estava ainda mais na mídia após fugir do Japão enquanto aguardava julgamento. Antes disso, ele foi preso sob acusação de má conduta financeira, fraude e abuso de confiança. Mas, houve um tempo em que o nome de Ghosn era ligado a outras situações muito diferentes.
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Mesmo no documentário, não é dito como Ghosn chegou a ser cotado para ser presidente da Renault, o que já é uma coisa surpreendente. Porém, vemos o passo a passo de como tudo foi feito para a parceria com a Nissan. As duas montadoras estavam no “buraco” e, de repente, acabaram se tornando as “queridinhas” de todos, em cada canto do mundo. Sorte? Aparentemente, as decisões de Ghosn sempre foram cirúrgicas, apesar das demissões em massa que ocorriam sempre que ele começa a gerenciar o negócio. Mas o que faz o negócio mesmo, são os carros.
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Ghosn e a Renault-Nissan
É até covardia perguntar quais eram os carros ícones de ambas as empresas antes de Ghosn assumir. Incrivelmente, mesmo para quem não morava na França ou no Japão, a influência do CEO era percebida. No Brasil, a Renault Sandero e Logan eram carros que todo mundo queria, mesmo que só pudéssemos comprar mesmo o Clio. Além deles, o Nissan March se tornou um carro popular por lá também, mesmo que todo mundo quisesse mesmo o Nissan Frontier. Além disso, as propagandas desses carros marcaram época no Brasil. Duvida? Basta lembrar do comercial dos “pôneis malditos”.
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Então, mesmo que as empresas estivessem crescendo muito em seus respectivos países e prestes a se tornar a maior montadora do mundo, em caso de uma fusão, elas ganharam expressão até mesmo em novos mercados, como foi o caso do Brasil. E isso era uma vitória para Ghosn, que criava, dia após dia, mais inimigos entre seus colegas de trabalho, mesmo que isso não acontecesse no resto. Talvez o pior lugar para criar inimizades fosse justamente aqui no Japão, onde a investigação parece ter tido uma motivação mais pessoal do que na França. Acredito que o documentário mostra bem os sentimentos de quem era próximo a Ghosn e vale a pena conferi-lo para tirar suas próprias conclusões sobre os motivos que levaram o CEO a fugir do Japão.
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