Em resposta ao aumento dos preços da energia, o governo do Japão aprovou um novo pacote de subsídios no valor de 989,15 bilhões de ienes (aproximadamente 38,47 bilhões de reais). Este montante será destinado a reduzir as contas de eletricidade, gás e gasolina, utilizando a maior parte do fundo de reserva deste ano fiscal, que foi reservado para enfrentar os impactos da inflação.
Essa nova alocação eleva os gastos do governo para mitigar a crise do custo de vida para mais de 11 trilhões de ienes ao longo dos últimos três anos. A medida representa um desafio adicional para a saúde fiscal do país, já pressionada por altos níveis de dívida pública.
O objetivo dos novos subsídios é aliviar o impacto do aumento dos preços da energia, especialmente no outono, quando o consumo de eletricidade e combustível ainda é significativo. Durante esse período, muitas famílias ainda utilizam o ar-condicionado e há um aumento nas viagens de carro.
Embora o governo tenha suspendido os subsídios para contas de eletricidade e gás em maio deste ano, a decisão de reintroduzi-los a partir de agosto até outubro foi tomada para apoiar as famílias afetadas pelos altos custos. Paralelamente, os subsídios aos atacadistas de petróleo continuarão em vigor até o final do ano, buscando controlar os preços da gasolina no varejo.
Desde o início da invasão da Rússia na Ucrânia, os preços globais da energia dispararam, levando o governo japonês, sob a administração do primeiro-ministro Fumio Kishida, a implementar um programa de subsídios para gasolina em 2022. No ano seguinte, foram adotadas medidas semelhantes para eletricidade e gás.
No entanto, o ministro das Finanças, Shunichi Suzuki, destacou que essa política de subsídios não deve ser mantida indefinidamente, considerando os impactos nos esforços de descarbonização e as finanças públicas do país. “Precisamos planejar uma estratégia de saída, levando em conta diversos fatores econômicos, incluindo a evolução dos preços”, afirmou Suzuki.
O primeiro-ministro Kishida também enfatizou a necessidade de encerrar os programas de subsídios gradualmente, o mais cedo possível, conforme discutido em uma reunião do painel governamental. Os dados mais recentes indicam que o índice de preços ao consumidor do Japão subiu 2,7% em julho em relação ao ano anterior, impulsionado pelo aumento dos custos de energia após o fim dos subsídios.
O governo continuará monitorando a situação econômica e ajustará suas políticas conforme necessário para equilibrar o apoio às famílias com a manutenção da estabilidade fiscal do país.