O filme M3GAN, uma produção de James Wan (famoso por Jogos Mortais) e Jason Blum, pode ter uma descrição de terror e ficção, mas não é um filme de gore. Apesar de ter uma boneca hightech se transformando em uma assassina, não é um filme sobre se assustar, tão pouco, possui violência gráfica gratuita e deixa você com medo apenas do poder que a antagonista tem em mãos e nem tanto do que ela faz.
Mesmo tendo uma ou duas cenas de jumpscare, a produção tenta mostrar mais a nossa propensão de deixar as coisas como estão e nos afundar em consolos tecnológicos. Afinal, como já vimos em Ron Bugado, mas com uma história muito mais densa e complexa.
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M3GAN é sobre desafios pessoais
Se você tem filho(a)(s), com certeza irá pensar em como a internet facilitou o entretenimento para as crianças e possibilitou um pouco de tempo para você. Agora, se você não tem uma criança(s) por perto, vai se identificar ainda mais com Gemma (Allison Williams. Sim, a namorada de Corra!). O cenário é tão completo e complexo, que até os mais jovens podem se colocar no lugar de Cady (Violet McGraw), que acabou de ficar órfã.
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E é claro, tudo isso é muito delicado. O luto vai ser diferente para cada pessoa, para cada criança. Mas vendo o lado de Gemma, ter uma criança cujo contato era mínimo, de repente, dependendo de você, não é uma posição tão melhor. Isso, somado a toda pressão de um projeto copiado pelo concorrente. Ao sentir toda essa pressão, você também, se pudesse, arrancaria um belo presente para sua tutorada.
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O suspense de matar
Hoje em dia, pode ser que estejamos um pouco longe de ver uma M3GAN dentro de casa, já que tecnologias como a dela ainda são coisa de filme. Mas protótipos, esses sim existem, de forma até que parecida. E nesse ponto, tudo o que existiu após o Exterminador do Futuro, coincide no mal que a tecnologia pode trazer ao mundo. Mas para M3GAN, essa tecnologia se mistura com aquele medo inconsciente que temos dessas bonecas que se parecem com crianças.
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Só que não é como Annabelle ou o Chuck, com magia possuindo aquela figura que deveria trazer conforto e é mais para um Ultron. E como ele, M3GAN não é uma vilã maligna que quer matar todo mundo que está em seu caminho, ela só cumpre, muito bem, o papel que lhe foi designado: proteger Cady de todo perigo físico e emocional.
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Deixando o filme mais leve
E toda essa atmosfera de terror onde M3GAN estava se inserindo, de repente, mudou, já que quando seu primeiro trailer foi lançado, com umas cenas da boneca “pistolada” dançando, virou um viral no TikTok. Instantaneamente, o interesse sobre o filme foi lá em cima, mas esse viral pegou muita gente mais nova. Talvez isso tenha dado uma animada no diretor Gerard Johnstone a regravar algumas cenas, reduzindo a classificação do longa.
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Não dá para dizer ainda se isso piorou o filme, a menos que você fosse do grupo que queria mesmo ver M3GAN arrancando arrepios nas noites pós sessão. E apesar da produção tocar sobre temas delicados sobre tecnologia, ele não se preocupa em se aprofundar nisso, focando em como a boneca vai recebendo parâmetros e os levando bem a sério, até demais.
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