Todos nós ficaremos velhos, mas nunca é tarde para observar nossas ações ao longo dos anos e ver o que não fazer quando chegarmos lá. E por mais previsível que filmes assim sejam, o ritmo de O Pior Vizinho do Mundo é muito bom, já que vemos Otto Anderson (Tom Hanks) em diferentes parte de sua vida, usando o melhor recurso de todos, como flashbacks ao longo da história, mas sem perder o ritmo do que acontece com ele no presente.
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Inclusive, ver Otto ser tão rabugento o tempo todo e sendo o oposto no passado, faz a gente refletir sobre aqueles vizinhos chatos e colegas de trabalho que não são nada mais além de pessoas que seguem as regras e obrigam os outros a segui-las. Ele tem seus motivos e ao longo do filme vemos o porquê das coisas serem assim para Otto.
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Um vizinho com quem você (não) pode contar
No começo, refletimos sobre envelhecer e que isso é inevitável. Entretanto, quem vive aqui no Japão sabe que a velhice é uma etapa longa da vida e que ter feito muitos aniversários não te torna um velho chato. Por outro lado, a vida solitária de Otto traz à tona outro problema que muitos enfrentam por aqui e que nós precisamos nos esforçar para não cairmos nisso. Viver nos afastando e aguardando a hora de deixarmos esse mundo.
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É claro que para Otto a vida não tem graça e ele vai fazer de tudo para sair desse mundo e encontrar com seu amor verdadeiro em outro plano. Esse momento de sua vida é complicado, mas é vivenciado por muitos idosos que apenas querem que a vida acabe. É claro que todo esse clima obscuro é tratado aqui de forma bem humorada, já que seus vizinhos fazem todas as suas tentativas de suicídio falharem.
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A boa vizinhança
E por mais distantes que estejamos de viver da realidade que o filme expõe, a vida no Japão acaba nos colocando mais no lugar de Marisol e sua família. Os imigrantes chegam ao condomínio buscando se adaptar, sem jamais imaginar que aquele velho ranzinza já não suporta mais a vida. Por experiência própria, sabemos que imigrar é algo que nos obriga a mudar tudo e nos encaixar no lugar onde vamos.
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Até por isso, para Marisol e sua família, Otto é alguém que merece atenção e eles querem fazer sua vida melhor, à sua maneira. Além disso, ele passa toda essa confiança de ser uma pessoa honesta e sincera, até demais, tornando a aproximação deles evidente e necessária. Mesmo que Otto se esforce para se afastar, todos podemos sentir que ele quer mesmo é ter alguém por perto, alguém que faça a vida valer a pena.
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Uma história com um final emocionante
Sempre gostei dos filmes com Tom Hanks, porque ele é um ator incrível. Com Otto não é diferente, já que vemos nele aquele velho regrado, ranzinza, bravo e que acha que todos à sua volta são idiotas. Confesso que ele envelheceu bem, mas a maquiagem e a postura convencem que ele é o velho.
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E se existe uma coisa que nenhum filme com o Tom deixa a desejar, é um final emocionante. Nem mesmo quando ele apenas emprestou a voz em Toy Story, conseguimos sair sem aquele sentimento de coração apertado. Eu sei que sempre escrevo sobre coisas mais emocionantes, mas O Pior Vizinho do Mundo tem alguns dos excelentes elementos que os bons filmes com o Tom Hanks costumam ter (lembrando que, como Gepeto no Pinóquio da Disney, ele foi a única coisa boa).
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