Parece que a Netflix está apostando alto em trazer lendas para as telas do streaming. Já assistimos uma ótima história na produção brasileira, Cidade Invisível e, agora a minissérie Oni faz algo parecido com o folclore japonês. A animação em CG trás de forma simples, as atribulações da vida de Deuses e Monstros e o lugar onde habitam.
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Além disso tudo, a história trata de maneira leve, um conflito terrível com os Oni, que não são exatamente iguais aos de outras obras, como em Kimetsu no Yaiba, por exemplo. Mais do que isso, mostra a conexão do mundo dessas criaturas fantásticas com o nosso mundo.
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Oni e o folclore japonês
Logo de cara, vemos Tengu, um semi-humano que vive nas florestas e montanhas. Ficou bem natural tratá-lo como o professor dos demais kami, já que ele é conhecido por ensinar sua magia e também pode compartilhá-la. Outra de suas habilidades mostradas foi o poder de voar e controlar a natureza.
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Outra figura que caminha lado a lado com Onari é Kappa. Oni torna todos os youkai de forma a serem algo belo e bom, dando ao Kappa o status de kami. No folclore tradicional, muitas vezes ele é visto como o verdadeiro responsável por afogamentos. Mas também é o protetor dos rios e tem poderes curativos. É bem legal perceber que essa percepção é tratada mais à frente, quando Calvin, um americano vivendo no Japão, fala que os youkai são descritos de acordo com os interesses do autor que os relata, usando isso a seu favor posteriormente.
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Já os Oni, não são nem demônios, nem ogros, nem trolls. Eles são entidades que têm por missão, atormentar almas que vão para o inferno (e desde quando viver no inferno significa ser mau, não é mesmo?). Além disso, eles também vivem nas florestas, perseguem e comem pessoas (nunca esqueça da questão da perspectiva do autor). Hoje em dia, nos primeiros dias de fevereiro, há um costume em que os Oni são espantados pelas crianças. Elas atiram grãos de soja para afastá-los. Mas essa temática, de dar um ar bondoso a esses seres, dá um nó na cabeça de quem conhece um pouco. Basta vermos Naridon. Aliás, a gente é induzido a pensar que ele é o Oni que a série se refere. Depois, ao ver Putaro, a ideia é a mesma. Mas calma, nem tudo é o que parece.
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A parte mais deliciosa da minissérie é ver os kami que vemos no dia a dia, seja por pequenas estátuas em jardim e praças, ou em desenhos na tv ou em revistas, explicando suas habilidades, chamadas de kushi. E é claro que, sendo uma animação japonesa, temos aquelas reviravoltas da jornada do herói que sempre nos encantam.
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Conectado com o mundo
O universo fantástico de Oni realmente parece ser separado do nosso mundo. Em algumas cenas, vemos vastas regiões com florestas e árvores gigantes, talvez milenares. Por isso, parece que eles vivem num passado onde não há uma grande civilização vivendo com eles. Mas, a minissérie trata isso da mesma maneira que Cidade Invisível, à sua maneira, é claro.
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Para finalizar, preciso falar sobre a animação em si. Depois de ver Pinocchio de Guillermo Del Toro, fica nítido ver que Oni tentou dar texturas de stopmotion no CG e ficou fantástico. É possível até ver as texturas de pequenos fios, como se cada personagem fosse mesmo um boneco de pano felpudo. A única diferença é mesmo Onari. A minissérie possui 4 deliciosos episódios, com cerca de 40 minutos cada.
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