Em vez de a Netflix lançar uma continuação para sua famosa série coreana, Squid Game (Round 6), a gigante do streaming decidiu lançar um jogo baseado na atração. Muitas pessoas ficaram confusas com o anúncio dos 5 episódios da nova série e correram para assistir, mas foram surpreendidas ao encontrar um programa americano. Além disso, a “mudança de ares” não foi suficiente; a ideia por trás da “nova temporada” era ter pessoas reais realizando os desafios do programa. Afinal, até que ponto isso poderia agradar ou frustrar os espectadores?
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Superado o desconforto inicial, você passa a acompanhar os 456 participantes em uma competição intensa, visando um prêmio que aumenta em 10 mil dólares a cada eliminação. As regras são explicadas, mas, desta vez, os participantes sabem que suas escolhas durante as provas serão menos propensas a punições fatais, embora igualmente frustrantes, já que não ganham nada ao sair da disputa. Mesmo assim, as eliminações ocorrem a todo momento, não apenas durante as provas, o que adiciona tensão à convivência dos participantes.
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Squid Game em pouco mais de 6 Rounds
O jogo, aparentemente simples, agora conta com seus 6 rounds conhecidos pelos participantes, podendo ser facilmente dominado por aqueles que já assistiram à série e possuem as habilidades necessárias. A quantidade de participantes destaca fortes candidatos e revela quem pode ser considerado mais fraco. Mesmo que leve alguns episódios, você acaba desenvolvendo torcida por alguns deles. No entanto, não há um protagonista definido, alguém destinado a chegar ao final; as histórias de alguns participantes são gradualmente reveladas ao longo do jogo.
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A temporada de “aquecimento” também parece ter a intenção de demonstrar que o jogo poderia ser realizado em diversos países, visto que, nesta primeira vez, a maioria dos participantes é de países falantes do inglês. No entanto, não é impossível pensar que surpresas ocorreriam durante os jogos e seus intervalos. O próprio período de convivência oferece diversas oportunidades de eliminação, e nem sempre conquistar vantagens entre os jogos é realmente benéfico. As alianças se desfazem, e descobrimos que os favoritos não chegarão ao final, abrindo caminho para os azarões que todos julgavam, inicialmente, que seriam eliminados. Além disso, embora apenas cinco episódios tenham sido disponibilizados no lançamento do programa, agora todos podem ser assistidos de uma vez.
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O programa diverte, mas falha na base
Não dá para negar que acabamos acompanhando a disputa apenas para ver como ela se desenrolaria. Já conhecíamos a maioria dos jogos da série e estávamos cientes das armadilhas que os organizadores colocaram no caminho. Contudo, a série em si era desnecessária. Tão desnecessária que compromete a essência da obra, que conquistou milhões de fãs ao redor do mundo ao abordar a exploração dos desesperados. Se “Squid Game” era uma crítica à sociedade moderna, que usa e abusa dos pobres sem esperança, por que investir em um game show que segue a mesma linha?
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É claro que o apelo é porque o público queria mais, e isso evidencia a ganância da própria Netflix. Não que o jogo seja ruim, ou que os participantes não sejam interessantes, mas a premissa original da série foi utilizada para mostrar que os espectadores adoram assistir ao show, desejam mais daquilo que os entretém, alimentando-se da base do sofrimento dos desesperados da vida real.
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