Em meio às intensas discussões políticas dos últimos anos, “Destinos à Deriva” mergulha na narrativa de incerteza ao nos transportar para um regime autoritário. A falta de recursos força o país a tomar uma decisão drástica e absurda: “sumir” com mulheres grávidas e crianças. Com o futuro incerto, a única solução é fugir para um lugar melhor. Mas como escapar de um governo assim?
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A única opção é desaparecer, utilizando um dos métodos mais extremos: a fuga em contêineres de produtos. Com tantos temas polêmicos, Mia (Anna Castilho) enfrentará dias difíceis, especialmente ao dar à luz em condições incertas, sem garantias de alcançar um destino seguro.
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O pior dos destinos
Desde o início, uma dúvida que chamou minha atenção não era apenas se Mia chegaria ao seu destino, mas como ela conseguiu ficar sozinha dentro de um contêiner boiando no mar. O filme explora esse aspecto, revelando como ela realiza essa façanha. Mia, com poucos recursos e pouco tempo, enfrenta uma jornada de sobrevivência.
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Até certo ponto, vemos Mia sofrendo com suas decisões, impedindo-a de seguir em frente. Quando ela toma consciência disso, tudo muda, e ela se dedica a seguir em frente por sua filha recém-nascida. Embora a história de Mia pareça exagerada, reflete a realidade de muitos refugiados que enfrentam situações semelhantes para sobreviver.
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A engenhosidade da sobrevivência
Em momentos de desespero, as pessoas se agarram a coisas aparentemente sem sentido. Levar um patinho de borracha faz sentido para entreter uma criança durante a fuga, mas o mesmo se aplica a uma furadeira a bateria. O filme destaca como o absurdo pode ter suas próprias respostas. O desespero pode levar alguém a se apegar a qualquer coisa que lembre um ente querido, mesmo que seja apenas uma furadeira.
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Além disso, produtos cobiçados em um contêiner podem não ter utilidade na vida cotidiana ou em situações de sobrevivência, exigindo criatividade. A história revela o poder do instinto de sobrevivência e a adaptabilidade extrema de Mia, cujas soluções criativas surgem no dia a dia dentro do contêiner. Apesar de retratar uma experiência angustiante, o filme transmite a mensagem fundamental de esperança em dias melhores.
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A Netflix continua a demonstrar que a excelência cinematográfica não é exclusividade de Hollywood. Tenho explorado anteriormente filmes e séries de diferentes nacionalidades, como espanhóis, alemães, franceses e brasileiros, que se destacam muito além da média de muitas produções americanas. Apesar dos inevitáveis fracassos e produções menos impressionantes, fica evidente que o papel da Netflix é crucial para diversificar e enriquecer o mercado cinematográfico. A plataforma oferece uma variedade de histórias e culturas, desafiando a hegemonia do cinema tradicional e proporcionando aos espectadores uma experiência mais rica e global.
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