Settsu – O menino japonês Orito Niimura parece ter nascido para sofrer. Com apenas três anos de vida, ele passou por todos os tipos de agressões da mãe e do padrasto, até acabar morto em agosto deste ano.
A história do menino foi contada no programa Mezamashi-8 da emissora Fuji, que trouxe detalhes, depoimentos de amigos da família e parentes. Filho de Juki Gyobu, de 23 anos, o menino estava sendo criado por ela e pelo namorado da mãe, Takumi Matsubara, de 24 anos.
Eles moravam na cidade de Settsu (província de Osaka) e foram presos por causa das agressões. A mãe foi presa pela primeira vez em junho por ter agredido o filho. Em agosto, Takumi foi preso por ter provocado a morte do garoto.
Orito morreu em casa, durante um banho em temperatura elevada. Os sinais no corpo dele indicavam que as agressões eram rotineiras. Depois de sua morte, uma amiga de Juki comentou como ela reagiu ao fato de que o filho estava morto.
“Ela disse que tinha que pensar nela mesmo, em como seria sua vida. Falou que por culpa da morte do Orito, não ia mais receber o dinheiro do governo referente a ele. Não mostrou tristeza pelo filho, mas preocupação financeira e com o namorado”, disse a amiga, sem se identificar.
Juki vivia com a ajuda do auxílio subsistência (seikatsu hogo) e recebia uma parcela referente ao filho. Os detalhes desta história mostram que o menino era tratado como um estorvo. Sofria agressões severas quando causava qualquer tipo de transtorno e não havia preocupação com seu bem-estar.
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O menino japonês teve uma vida curta e sofrida
De acordo com a reportagem, Juki já havia procurado a prefeitura de Settsu para uma consulta, dizendo que o namorado agredia o filho. Depois que Takumi foi preso pela primeira vez, a polícia verificou o celular dele e encontrou um vídeo em que agredia Orito com uma almofada, derrubando o garoto no chão.
O vídeo foi gravado por Juki. De acordo com a investigação da polícia, quando a mãe foi presa, disse aos policiais que se eles assistiram ao vídeo é natural que pensem que ela era cúmplice e que entendia porque estava sendo presa.
A amiga que prestou depoimento disse que era comum Orito acabar agredido por seus responsáveis.
“Era rotineiro, eles gritavam com o menino, chutavam, batiam. Era algo comum na vida do garoto. Eu já o vi com uma marca de mão na bochecha. Eu sei que ela deixava o filho de lado e se preocupava consigo mesma, que precisava de roupas novas. Orito vivia com as roupas sujas e embolotadas, ela dizia constantemente que ele era um estorvo”, relatou.
A amiga conta que também presenciou uma cena chocante do casal com o menino.
“Eles estacionaram o carro e o menino segurava uma bebida quente no banco de trás e derrubou. Lógico que ele ia derrubar, ele era muito pequeno. Eles ficaram furiosos, abriram a porta e o garoto caiu na calçada. Ninguém se preocupou se ele tinha se machucado ou se queimado, estavam preocupados em limpar o banco”, disse.
Takei Shinichi, representante do Comitê de Prevenção às Agressões Infantis, lamentou a triste história de vida do garoto.
“Creio que as agressões começaram quando o menino tinha três meses. A mãe mandou mensagem para a amiga dizendo que tinha feito de novo e mandou uma foto do garoto machucado”, contou.
Desde então, as agressões não pararam mais e o menino teve que conviver com o sofrimento constante.
“Desde que era recém-nascido ele sofreu agressões. Eu vejo o histórico do Orito e é muito triste, fico pensando porque o menino nasceu para sofrer desse jeito”, lamentou.