Nos últimos anos, o Japão tem testemunhado um preocupante aumento nos ataques de cães da raça American Pit Bull Terrier, frequentemente associados a donos negligentes. Casos recentes reacenderam o debate sobre a necessidade de regulamentações mais rígidas para a posse desses animais.
Trauma e Consequências Duradouras
Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em novembro de 2022, na cidade de Kakamigahara, província de Gifu, quando uma idosa de 84 anos foi atacada por um pit bull enquanto voltava para casa de bicicleta. O animal, pesando 22,6 kg, mordeu seu braço, derrubando-a, e arrancou parte de sua orelha. A vítima continua hospitalizada e sofre de traumas físicos e psicológicos, incluindo alucinações e zumbido persistente.
Em outro incidente, o mesmo cão atacou um estudante de 17 anos, causando ferimentos graves no joelho. Ambos os ataques ocorreram devido à supervisão inadequada da dona do animal, que delegou o passeio do cão ao avô sem fornecer orientações claras.
Decisões Judiciais e Falhas na Responsabilidade
A dona do pit bull foi condenada por negligência grave e recebeu uma sentença de seis meses de prisão, suspensa por quatro anos. O tribunal considerou que os ataques eram previsíveis devido à falta de treinamento do animal e ao descuido no manejo.
Em um caso mais recente, na província de Aichi, um brasileiro foi preso após um de seus pit bulls escapar e atacar um pedestre, destacando novamente a importância de medidas preventivas.
Chamados por Regulamentação
Enquanto algumas regiões, como Sapporo, adotaram regulamentações locais que classificam pit bulls como “cães especificados”, exigindo o uso de focinheiras e jaulas trancadas, outras províncias, como Gifu, ainda carecem de regras mais rigorosas. Especialistas, como o veterinário Shinji Shibata, enfatizam a necessidade de treinamento adequado e precauções extremas para evitar tragédias.
Sugestões para Controle
Yoshihiro Haraguchi, pai do estudante atacado, defendeu a criação de um sistema de permissão para a posse de pit bulls, evitando que pessoas despreparadas mantenham esses cães. “Esses animais possuem força suficiente para matar e exigem responsabilidade total de seus donos”, afirmou.
Com o aumento dos incidentes, cresce a urgência de iniciativas legislativas e educativas que garantam a segurança de pedestres e animais, ao mesmo tempo que promovem a posse responsável.