Niihama – Uma família na província de Ehime, na região de Shikoku no Japão, está há um ano convivendo com o sofrimento de ver o filho em coma. O menino é Koushi, um bebê de apenas 1 ano e 8 meses e que se encontra neste estado desde um episódio ocorrido em maio do ano passado.
O acidente aconteceu no dia 16 de maio de 2023, em uma creche na cidade de Niihama, na mesma província. Era o quinto dia em que Koushi, na época com apenas 8 meses, frequentava a creche.
Os funcionários deram um pedaço de maçã, de 7 mm de largura e 3 mm de espessura. Enquanto tentava comer, Koushi teve dificuldades para respirar, sofreu uma parada cardíaca e acabou em coma permanente. Atualmente, o menino precisa de aparelhos para respirar e é alimentado por uma sonda.
O pai, que não teve o nome divulgado, contou para a Emissora Fuji como foi quando soube o que tinha acontecido com o filho na creche.
“Quando eu soube que ele teve um problema de saúde por ter comido um pedaço de maçã, eu achei que não era nada grave. Fui ao hospital, encontrei a minha esposa lá e ela disse que o Koushi teve uma parada cardíaca. Eu fiquei muito espantado, assustado e confuso, não podia acreditar”.
A família não podia imaginar que um episódio como esse mudaria suas vidas de um jeito inesperado. A mãe de Koushi também relembrou:
“Eu ouvi que o coração dele tinha parado e depois que tinha voltado a funcionar e fiquei apavorada pensando se tinha parado por todo aquele tempo. Eu percebi que ele estava entre a vida e a morte e só me restava rezar. Quando ele foi levado ao Hospital Central de Matsuyama, eu me preparei para o pior”, comentou.
Leia também: O perigo das erupções solares que causaram raras auroras no Japão: fenômeno terá pico em 2025 e pode derrubar a internet
A vida com o bebê em coma
Ninguém podia imaginar que um simples pedaço do maçã poderia deixar um bebê em coma e provocar uma tristeza profunda em uma família. Antes do acidente, Koushi era um menino saudável, alegre e com todos os reflexos esperados para um bebê com menos de 1 ano.
Naquele dia na creche, tudo mudou. O casal, que também tem um outro filho, passou a viver entre idas e vindas do hospital até dezembro do ano passado, quando conseguiram transferir Koushi para a casa.
“Estava bem difícil cuidar do Koushi no hospital, do nosso outro filho e de nós mesmos, fazer tudo ao mesmo tempo todos os dias. Conseguimos a alta dele em dezembro e passamos a cuidar em casa”, comentou a mãe.
A rotina é intensa. Koushi passa por reabilitação e tem assistência para o banho diário. No período noturno, o pai ou a mãe se revezam para ficar com ele. Há a alimentação por sonda, os cuidados básicos e uma vez a cada duas horas, é preciso mudar a posição e limpar o catarro.
“Temos funções de acordo com o horário e fazemos as nossas próprias coisas, como as refeições nos intervalos. O meu filho mais velho volta para a casa no fim da tarde e temos que cuidar dele também. A gente deu um jeito de conseguir fazer tudo, dar conta de tudo colaborando entre nós com as tarefas”, disse a mãe.
Por causa de todo o envolvimento nos cuidados com o filho, o casal não consegue mais trabalhar e tem se mantido com a indenização que recebe da creche.
“A nossa renda zerou e a longo prazo, não vamos poder continuar assim. Estamos pensando em um jeito, no que podemos fazer para garantir uma renda”, lamentou o pai.
A família tem se esforçado para garantir tudo que o filho precisa e não há muitas esperanças de melhoria do estado de saúde. Os médicos já disseram que ele não deve despertar e o sufocamento com o pedaço de maçã provocou lesões graves. Mesmo após um ano, não há nenhuma melhoria do estado de saúde.
Uma das causas apontadas para o acidente foi o fato de que a maçã não foi cozida, o que é indicado para bebês que estão na fase de introdução alimentar. A creche Nozomi localizada em Niihama, deu uma entrevista para a emissora local de Ehime e um representante disse que medidas foram tomadas para que o acidente nunca mais ocorra.
“Aumentamos o nível de consciência e treinamento dos funcionários, tomamos precauções de segurança e estamos empenhados em garantir uma rotina segura e divertida para as crianças”, comentou.
Enquanto isso, a família de Koushi está bem longe de uma rotina segura e de ter um pouco de conforto ou diversão.