Shoko Miyata, capitã de 19 anos da seleção japonesa de ginástica artística feminina, retirou-se da seleção para os Jogos de Paris. A decisão ocorreu após Miyata violar o código de conduta da equipe ao ser flagrada fumando, conforme anunciou a Associação Japonesa de Ginástica (JGA) na sexta-feira.
A revelação surgiu após Miyata retornar ao Japão na quinta-feira da semana passada, vinda de um campo de treinamento em Mônaco. A investigação subsequente confirmou não apenas o uso de fumo, mas também o consumo de álcool. Em resposta, a JGA decidiu que a equipe feminina competirá com quatro atletas em vez dos tradicionais cinco.
“Pedimos desculpas do fundo de nossos corações por isso”, declarou o presidente da JGA, Tadashi Fujita, enquanto se curvava profundamente ao lado de outros dirigentes, incluindo o treinador pessoal de Miyata, Mutsumi Harada.
A seleção feminina japonesa tinha grandes esperanças de conquistar uma medalha por equipe nos Jogos de Paris, algo que não ocorre desde as Olimpíadas de Tóquio, em 1964. Miyata, que se esperava liderasse uma equipe composta inteiramente por estreantes olímpicos e adolescentes, havia garantido sua vaga em Paris em maio, após vencer seu terceiro troféu consecutivo da NHK.
O técnico Harada, visivelmente emocionado, comentou sobre a situação de Miyata: “Ela estava passando os dias realmente sobrecarregada com tanta pressão”, disse ele, enxugando as lágrimas. “Eu imploraria às pessoas que entendessem isso.”
A saúde mental dos jovens atletas tem sido um tópico amplamente discutido, especialmente após os Jogos Olímpicos de Tóquio, onde a superestrela da ginástica Simone Biles se retirou de várias competições, destacando a importância de cuidar do bem-estar mental dos atletas.
O incidente com Miyata reacende a discussão sobre as pressões enfrentadas pelos jovens atletas de elite e a necessidade de apoio contínuo em sua jornada esportiva.