Seto – Mesas e cadeiras redondas, salas amplas que dispensam corredores e liberdade de ir e vir nas dependências internas e externas. Estas são algumas das características da Escola Primária Seto Solan, uma instituição privada na cidade de Seto (província de Aichi).
O nome foi inspirado na palavra “sora”, que significa “céu” em japonês. A instituição adquiriu um ar futurístico e internacionalizado, deixando claro o objetivo de preparar as crianças para atuar um contexto globalizado no futuro.
A escola foi inaugurada em abril deste ano e tem chamado a atenção da mídia japonesa por ter um sistema bem diferente do padrão das instituições educacionais do país.
Na Solan, as crianças são incentivadas a agir com mais autonomia. Os horários das atividades foram pensados considerando o que melhora a concentração dos pequenos. Além disso, parte das aulas são realizadas em língua inglesa.
Segundo uma reportagem do portal J-Town Net, as aulas não possuem o horário padrão de 45 minutos. A depender do tipo de estudo, a duração varia entre 15, 45 ou 90 minutos.
As aulas de kanji (ideogramas) e contas básicas por exemplo, que exigem maior concentração do aluno, são realizadas em períodos de 15 minutos e os trabalhos em grupo, que desenvolvem também habilidades sociais, possuem duração de 90 minutos.
O horário da merenda começa às 12h40, o que é um pouco tarde em comparação com uma escola padrão. No entanto, na Solan, as crianças possuem a hora de lanche e podem trazer algo de casa para beliscar nesses intervalos.
O objetivo é que isto ajude a aumentar a concentração, já que sentir fome é uma das razões que prejudicam a atenção das crianças.
Nem todas as aulas são conduzidas no idioma japonês. As disciplinas mais reacreativas, como música, artes e trabalho manual e educação física são realizadas em língua inglesa.
Desta forma, os alunos aprendem o idioma universal com mais naturalidade, sem contar apenas com o conhecimento adquirido nas aulas básicas de inglês.
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Escola com liberdade
As escolas comuns do Japão costumam funcionar com base em diversas regras de conduta e limitações. Os alunos são encorajados a se encaixar no grupo e o individualismo não é priorizado, um cenário que costuma dar margem ao bullying (ijime).
Na Solan, no entanto, a administração decidiu tentar algo diferente, incentivando as crianças a ter mais liberdade. A escola possui como base a ideia de que os pequenos devem desenvolver a curiosidade e o senso questionador, algo que é natural para as crianças.
Para que seja possível circular livremente entre as dependências internas e a quadra esportiva, os estudantes passam o tempo todo com um sapato que pode ser utilizado nas áreas internas e externas.
Para quem tem na memória uma escola primária de regras rígidas, mesas e salas de aula quadradas, a Solan parece quase um novo universo. Talvez seja o começo do surgimento de modelos educacionais diferenciados nas escolas privadas do Japão.
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