Kagawa – Um grupo de oito parlamentares da Assembleia de Kagawa, uma província japonesa na região de Shikoku, está planejando uma viagem luxuosa para o mês de novembro, onde os representantes políticos devem passar pelo Brasil, Paraguai e Estados Unidos.
A emissora Fuji TV divulgou o relatório de despesas da viagem, que terá duração de 10 dias a partir de 10 de novembro deste ano. O custo de passagens aéreas em classe executiva e o serviço de intérprete de cada parlamentar ficou em ¥2,63 milhões.
E esta é apenas uma parte dos valores propostos, que não incluem as despesas locais. De acordo com a reportagem da Fuji, os políticos devem se hospedar em hotéis de luxo nos três países, com diárias médias de ¥66 mil por pessoa.
Em Los Angeles, os quartos reservados são na cobertura de um hotel luxuoso, com vista panorâmica para a cidade. O custo de cada parlamentar neste hotel deve sair por cerca de ¥290 mil.
O objetivo da viagem é uma confraternização. Os políticos japoneses devem encontrar parlamentares locais, imigrantes e fortalecer os laços de amizade e diplomacia.
Depois da repercussão dos gastos públicos, uma petição foi levantada na Assembleia para tentar o cancelamento da viagem, mas não foi aprovada. Os planos dos parlamentares seguem ativos e devem se concretizar de acordo com o planejamento.
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Repercussão e farra com dinheiro público
Naoki Yamamoto, membro e representante da Assembleia de Kagawa, foi questionado sobre os gastos elevados com a viagem e prometeu reavaliar.
“Nós vamos reavaliar a proposta de despesas com a viagem, é o nosso trabalho garantir que não haja desperdícios de dinheiro”, comentou.
As despesas devem ser reavaliadas e a expectativa é que haja cortes e redução de gastos.
A população local foi questionada sobre os planos dos políticos e a insatisfação ficou evidente.
“Acho muito caro o custo ultrapassar ¥2 milhões por parlamentar”, disse um morador na faixa de 20 anos.
Uma idosa na faixa de 70 anos questionou a necessidade de mandar 8 pessoas para essa viagem e outro jovem da província expressou sua indignação:
“Aqui eu estou economizando cada iene e esses políticos fazendo viagem de luxo com o nosso dinheiro de impostos”, criticou.
Se a viagem sair de acordo com os planos, pode não acabar bem. Na verdade, não é a primeira vez que uma comitiva de Kagawa acaba gastando demais em viagens internacionais.
No ano passado, houve outra viagem internacional com objetivos de confraternização e despesas elevadas. A Corte de Takamatsu, na capital da província, acabou considerando que parte da viagem dos políticos foi turística e ordenou que os participantes da comitiva devolvessem ¥6 milhões aos cofres públicos.
Se continuar conforme o planejado, a história pode se repetir. E com o aumento do custo de vida, desvalorização da moeda japonesa e necessidade de economizar, a população local tem observado o gasto de dinheiro público com bastante rigorosidade.