Kobe – A justiça tardou, mas não falhou no caso de um estupro ocorrido em julho de 2007, na cidade de Kato (Hyogo). O crime, que também envolveu invasão e roubo, ficou todo este tempo sem ser solucionado.
A denúncia foi feita pela vítima no mesmo dia, mas a polícia teve dificuldade em identificar um suspeito. Em julho deste ano, o japonês Shuichi Otsuka, de 56 anos e empregado de uma empresa na província de Hyogo, foi preso por suspeita de furto.
O caso trouxe uma surpresa para a polícia. A investigação conseguiu relacionar as digitais do homem com as provas do crime ocorrido na madrugada do dia 6 de julho de 2007.
Nesta data, Otsuka teria invadido a casa de uma mulher que ele não conhecia, por volta das 2h20. A vítima estava dormindo quando foi surpreendido pela presença do criminoso e violentada.
Ele roubou ¥44 mil do dinheiro que ela guardava em casa, cometeu o estupro e fugiu. Embora a denúncia tenha sido feita rapidamente e a polícia tenha coletado provas, não foi possível identificar o criminoso na época.
Pelas leis do Japão, o crime cometido em 2007 iria preescrever em julho de 2022, cerca de 10 meses depois da prisão.
O caso foi noticiado pela agência de notícias Jiji e a emissora Fuji. Otsuka foi interrogado pela polícia e negou as acusações. Ele disse que não tem nenhuma lembrança de crimes cometidos há 14 anos.
Otsuka morava na cidade turística de Himeji e trabalhava para uma empresa local. Não foram divulgados detalhes sobre o crime atual que resultou na prisão e identificação.
Prescrição de crimes no Japão
O sistema de prescrição de crimes no Japão foi revisado em 2010 e se tornou mais rigoroso nos casos de assassinatos, segundo informações da Agência Nacional de Polícia.
Os casos em que a condenação máxima era a pena de morte podiam preescrever se passassem 25 anos sem a identificação e prisão do suspeito. Agora, este tipo de crime, que pode envolver um assassinato em massa, não preescreve.
Casos em que a pena máxima é a prisão sem prazo definido passaram a preescrever em 30 anos e casos em que a condenação máxima era de 20 anos, passaram a preescrever em 20 anos.
O tempo mais longo traz alguma esperança aos casos antigos que nunca foram solucionados, como o assassinato de um casal e os dois filhos em Setagaya (Tóquio), ocorrido em dezembro do ano 2000. Outro caso famoso é o assassinato de uma mãe e os três filhos em Toyoake (Aichi), ocorrido há 17 anos.
Neste caso que também ficou sem solução, o criminoso esfaqueou e apunhalou a mãe e as crianças. Ele fugiu depois de colocar fogo na casa da família. Até hoje a polícia local tenta identificar um suspeito.