Em um caso inédito no Japão, o Tribunal Distrital de Tóquio condenou Ryuki Hayashi, de 25 anos, a três anos de prisão com pena suspensa por quatro anos, após ele confessar a criação de um malware utilizando inteligência artificial generativa. Segundo as autoridades, Hayashi conseguiu driblar as restrições de segurança da IA ao reformular repetidamente suas solicitações, conseguindo gerar um código com potencial para atuar como ransomware em um período de seis horas, em março de 2023.
A condenação de Hayashi marca a primeira vez em que alguém é processado no Japão por criar um vírus usando uma IA conversacional generativa, tecnologia geralmente programada para bloquear qualquer resposta a comandos que incentivem atividades ilícitas. Em entrevista ao Kyodo News, Hayashi explicou que foi possível criar o código com essa estratégia, o que causou alarme entre especialistas de cibersegurança sobre as possibilidades e os riscos da utilização da IA para fins maliciosos.
O juiz Takashi Kawase, ao declarar a sentença, destacou que a intenção de Hayashi de obter dinheiro fácil através de atos criminosos foi “egoísta”, reforçando que essa motivação não deixou “espaço para clemência”. No entanto, a pena foi suspensa considerando a confissão e o arrependimento demonstrado pelo réu.
Hayashi também enfrentou acusações de fraude, após obter ilegalmente um cartão SIM, passando-se por outra pessoa. Ele teria sido recrutado para um “yami baito”, termo que se refere a trabalhos clandestinos de meio período.