Tóquio – Em sete dias, o Japão viu seus registros de coronavírus crescerem a ponto de emplacar o ranking das nações. O relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), emitido na terça-feira (27), revelou que o país totalizou 960.068 novos casos até o dia 24 de julho.
O Japão passa pela 7ª onda da doença e tem enfrentado uma situação desafiadora com as altas temperaturas do verão. Há o perigo de andar de máscara e acabar sofrendo com a hipertermia ou de ficar sem máscara e contribuir com a transmissão do vírus.
O número de mortes, no entanto, não acompanha o elevado número de casos e pode ser por conta das vacinas. O país registrou 438 mortes na última semana por causa do coronavírus, enquanto que os Estados Unidos, que teve menos casos durante o mesmo período, totalizou mais de 2.500 óbitos.
Em Tóquio, a situação começou a se agravar desde o início do mês. De acordo com a emissora NHK, nesta mesma semana até o dia 24 de julho, foram 725 casos de pacientes que precisaram de ambulância para a internação. O número já superou os dados do pico da 6ª onda de transmissão.
Os dados da OMS apontam que várias regiões do mundo tiveram queda nos números, mas o Leste Asiático é a região com o maior aumento de casos da doença nos últimos dias. A localidade engloba o Japão, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Taiwan, Hong Kong, Mongólia e Macau.
Além do Japão, países vizinhos também estão enfrentando uma situação parecida. A Coreia do Sul sofreu um aumento de 80% nos casos da doença e a Mongólia está tendo que lidar com um registro 7 vezes acima da média de poucas semanas atrás.
Enquanto isto, os novos registros tiveram redução de 3% nos Estados Unidos, apesar do alto número de óbitos e 16% na Alemanha, que fechou a semana na margem de 565 mil novos infectados.
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Razões para o aumento de casos
De acordo com a OMS, uma das razões está na propagação de variantes como a “BA.4” e “BA.5”, que são ramificações mais contagiosas da ômicron. A “BA.5” já provocou uma onda na Europa, mas os casos estão em queda no continente.
O Japão enfrenta uma reviravolta na situação da pandemia, considerando que foi o país que surpreendeu em 2020 pelo baixo número de infectados. Enquanto países como os Estados Unidos, a Itália e o Brasil viram uma onda de internações e mortes diárias, o Japão conseguia se manter com os casos relativamente baixos.
O hábito já enraizado na população de usar máscaras foi apontado como uma das possíveis justificativas. Mas dois anos depois, os japoneses continuam utilizando o acessório na vida diária e os novos registros chegam a números preocupantes todos os dias.