Tóquio – Há poucas semanas das Olimpíadas, a variante B 1.617 do coronavírus, que surgiu na Índia, começa a se espalhar nas províncias japonesas.
O número de infectados pela cepa, que também é conhecida como “delta”, dobrou na semana entre os dias 22 e 28 de junho, em comparação com a semana anterior.
Foram 71 infectados neste período e a principal província afetada é Tóquio, a capital japonesa que será sede dos Jogos Olímpicos.
De acordo com a agência de notícias Jiji Press, o acréscimo no número de infectados foi de 36 casos em relação a semana dos dias 15 a 21 de junho.
As províncias de Gifu e Kagawa registraram os primeiros casos de infectados pela variante indiana. Já são 15 províncias japonesas afetadas e o total de casos no Japão chegou a 224.
Tóquio registrou 42 infectados, Kanagawa tem 40 casos, há 31 registros em Chiba, 24 em Aichi, 19 em Hyogo e 18 em Osaka.
Até o último dia 28, foram 842 casos suspeitos no Japão, com acréscimo de 433 suspeitas em uma semana. Os procedimentos de quarentena nos aeroportos identificaram 193 infectados pela variante até o dia 21 de junho.
A “delta” é atualmente uma das variantes mais preocupantes do novo coronavírus. Pesquisadores já identificaram que a cepa tem um maior poder de contágio e pode ter mais resistência aos imunizantes.
Quem tomou apenas uma dose da vacina também está vulnerável a esta versão do vírus, que pode ser responsável por retardar o fim da pandemia.
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A variante indiana e vacinas
Pesquisas estão sendo realizadas para verificar a eficácia das vacinas no combate às variantes do novo coronavírus, que possuem algumas características diferentes.
Um dos estudos, divulgado pela emissora NHK, mostrou que a vacina da Moderna, fabricada nos Estados Unidos, é eficaz para proteger o organismo dos efeitos da Delta.
O laboratório realizou o teste com os anticorpos neutralizantes e algumas cepas do vírus, para verificar as alterações no organismo de pessoas imunizadas. Os testes foram executados com amostras do sangue de oito pessoas que receberam as duas doses da vacina.
Os resultados mostraram que a cepa Delta, em comparação com o vírus original, apresentou uma pequena redução nos anticorpos neutralizantes. A variante Gama, que surgiu no Brasil, também apresentou redução, mas não o suficiente para comprometer a vacina.
O resultado não foi significativo e o relatório concluiu que não há alteração na eficácia do imunizante para combater as variantes.
O empresário francês Stéphane Bancel, que é CEO da Moderna, ficou animado com o resultado.
“Os novos dados mostram que a vacina da Moderna também é eficaz contra as variantes do coronavírus mais recentes que já foram identificadas”, diz.
Há também estudos com resultados positivos com relação a eficácia da vacina da Pfizer, que é uma das principais vacinas em atuação no Japão. A Moderna também foi aprovada e está sendo administrada no arquipélago.
O que se sabe sobre a “Delta”
A grande questão está na disseminação das variantes durante o processo de imunização, já que há um grande número de pessoas que ainda não foram vacinadas ou receberam apenas uma dose.
Estudos mostram que a cepa indiana já venceu a variante alfa, que surgiu no Reino Unido e mostrou que é 60% mais contagiosa. Os sintomas também são diferentes. Os infectados pela Delta estão apresentando mais sintomas comuns de resfriado e podem acabar confundindo o vírus, o que causa mais dano.
Ainda não há dados suficientes sobre a letalidade da variante indiana, mas há alguns registros preocupantes como os dados do Reino Unido. O país apresentou mais casos graves da doença entre os infectados pela variante.