A Central Japan Railway Co. (JR Central) anunciou que realizará, entre 1º e 14 de novembro, um teste com o uso de inteligência artificial (IA) para analisar imagens de passageiros captadas pelas câmeras de segurança dos trens-bala Tokaido Shinkansen. O experimento faz parte dos esforços da companhia para aprimorar os serviços oferecidos aos usuários.
O teste abrangerá toda a rota entre Tóquio e Shin-Osaka e será realizado em trens do modelo N700S. Cada composição terá seis câmeras instaladas nos vagões 1, 6 e 8, onde ocorrerá a coleta das imagens. Passageiros que não desejarem ser filmados são orientados a evitar esses vagões durante o período do teste.
A análise das imagens será feita pela Mitsubishi Electric Corp., que utilizará IA para identificar características como gênero, faixa etária, tipo de roupa, bagagem, propósito da viagem e se o passageiro é um turista estrangeiro. A JR Central informou que esses dados serão utilizados para adaptar e melhorar os serviços conforme o perfil e as necessidades dos viajantes.
Embora o plano tenha sido divulgado no site da empresa desde 30 de setembro, a ausência de um comunicado de imprensa formal levantou questionamentos sobre a transparência e o aviso prévio dado ao público. Ainda assim, a JR Central assegura que o projeto está em conformidade com as leis e diretrizes nacionais, citando inclusive que práticas semelhantes já foram adotadas por varejistas para fins de marketing.
A companhia também afirmou que todos os dados coletados serão usados exclusivamente para o teste e excluídos logo após sua conclusão. Além disso, passageiros que, por desconhecimento ou falta de opção, forem filmados poderão solicitar a exclusão de suas imagens.
“Estamos conduzindo o processo de acordo com as orientações do Ministério da Economia, Comércio e Indústria e do Ministério de Assuntos Internos e Comunicações. O aviso foi amplamente divulgado com antecedência, portanto, não há problema”, declarou um representante da JR Central.
O projeto representa um novo passo na digitalização do sistema ferroviário japonês e reacende o debate sobre o equilíbrio entre inovação tecnológica e privacidade dos usuários no transporte público.






