Uma pesquisa divulgada neste domingo (25) pela agência Kyodo News revelou que quase 60% dos japoneses acreditam que a recente troca no comando do Ministério da Agricultura resultará na queda do preço do arroz no país. A expectativa surge após a demissão do ex-ministro Taku Eto, que gerou indignação ao declarar, durante um evento, que “nunca precisou comprar arroz”, por receber o alimento como presente de apoiadores — comentário considerado insensível diante da alta nos preços do produto.
O levantamento, feito por telefone entre sábado e domingo, mostra que 59,8% dos entrevistados esperam uma redução nos preços com a nomeação de Shinjiro Koizumi como novo ministro. Por outro lado, 35,1% disseram não acreditar em mudanças com a nova liderança.
Koizumi, filho de um ex-primeiro-ministro, é apontado como uma das promessas políticas dentro do Partido Liberal Democrata. Ele assume a pasta em meio à forte pressão pública por medidas que controlem o valor do arroz, que atingiu o recorde de 4.268 ienes por 5 quilos entre os dias 5 e 11 de maio, mais que o dobro do preço registrado no ano anterior.
Mesmo com ações do governo, como a liberação de estoques estratégicos, a alta no preço é atribuída principalmente à má colheita causada pelo calor extremo de 2023.
Diante do cenário, 44,7% dos entrevistados disseram acreditar que o preço do arroz deveria cair para menos de 3.000 ienes por 5 quilos — abaixo do que foi prometido pelo atual primeiro-ministro Shigeru Ishiba. Já 45,0% consideram a meta do governo “apropriada”, enquanto 7,6% defendem valores ainda mais altos.
Na última sexta-feira, Koizumi anunciou planos para vender arroz dos estoques do governo diretamente aos varejistas por meio de contratos, eliminando os leilões que dificultam o controle de preços. O objetivo é oferecer o produto nas lojas por cerca de 2.000 ienes.
A pesquisa também mostrou que 42,2% dos entrevistados consideraram tardia a demissão de Taku Eto, que só ocorreu três dias após a declaração polêmica. Inicialmente, Ishiba tentou mantê-lo no cargo, mas acabou cedendo à pressão da oposição.
O escândalo impactou diretamente a popularidade do governo. A taxa de aprovação do gabinete de Ishiba subiu para 31,7% — um aumento de 4,3 pontos percentuais —, enquanto a reprovação caiu para 52,6%, ante 55,1% na pesquisa anterior.
Sobre o futuro político de Ishiba, 25,6% dos entrevistados disseram querer que ele renuncie o quanto antes, 31,1% preferem que ele permaneça até as eleições da Câmara Alta, previstas para este verão, e 22,2% acham que ele deve continuar por mais um ano. Apenas 17,2% disseram querer que ele permaneça no cargo o maior tempo possível.
Em relação às eleições para a Câmara Alta, o Partido Liberal Democrata aparece como favorito na votação proporcional, com 28,6% das intenções de voto. O Partido Democrático do Povo aparece com 14,3%, seguido pelo Partido Democrático Constitucional do Japão (13,6%), o Partido da Inovação do Japão (6,3%) e o Reiwa Shinsengumi (5,2%).
Na pergunta sobre qual partido cada entrevistado apoia atualmente, 28,4% declararam apoio ao PLD, 14,1% ao Partido Democrático do Povo, 12,1% ao Partido Democrático Constitucional e 6,5% ao Partido da Inovação. Outros 19,4% disseram não apoiar nenhum partido.
A pesquisa contou com ligações para 584 residências com eleitores e 3.908 números de celular, obtendo 1.064 respostas válidas no total.