Nesta quarta-feira, gravações de voz do avião da Guarda Costeira do Japão envolvido na colisão fatal de 2 de janeiro no Aeroporto de Haneda, em Tóquio, foram divulgadas, sugerindo que a tripulação acreditava erroneamente ter recebido permissão para entrar na pista. O incidente resultou na morte de cinco das seis pessoas a bordo do Bombardier DHC8-300 da guarda costeira, enquanto todas as 379 pessoas no Airbus A350 da Japan Airlines (JAL) sobreviveram.
De acordo com o relatório do Conselho de Segurança no Transporte do Japão, o copiloto do avião da guarda costeira inicialmente confirmou corretamente as instruções do controlador de tráfego aéreo para taxiar até o ponto de espera C5, onde deveria aguardar autorização para entrar na pista. Entretanto, gravações subsequentes indicam que a tripulação interpretou erroneamente as instruções, acreditando que já estavam autorizados a entrar na pista.
O controlador havia instruído a aeronave como sendo o “número 1” na ordem de decolagem e a taxiar até o ponto de espera C5. O copiloto repetiu: “Taxiar até o ponto de espera C5”, e acrescentou: “Número 1”. O capitão, em seguida, reforçou a mensagem e deu início aos preparativos para a decolagem, o que levou a aeronave a ingressar na pista.
Gravações do gravador de voz da cabine mostram que as discussões a bordo estavam centradas na missão de ajuda às vítimas do terremoto de magnitude 7,6 que atingiu a Península de Noto e regiões próximas no dia anterior.
O relatório também destacou falhas no controle de tráfego. O controlador estava focado em monitorar o Airbus A350 da JAL, que estava prestes a pousar, e não percebeu a entrada não autorizada do avião da guarda costeira na pista. Um alerta de entrada foi exibido na tela do controlador, mas aparentemente passou despercebido.
A tripulação do avião da JAL não conseguiu visualizar o avião da guarda costeira antes do pouso, possivelmente devido à baixa iluminação e à semelhança das luzes da pista com as da aeronave. O acidente ocorreu após o pôr do sol, com pouca luz lunar.
A evacuação do Airbus A350 foi concluída em 18 minutos, com a tripulação sendo amplamente elogiada pelas instruções apropriadas que garantiram a segurança de todos a bordo. O relatório enfatizou a importância da comunicação clara entre tripulações e controladores de tráfego aéreo para evitar futuros acidentes semelhantes.