Tatsuno – Durante cinco anos, 47 animais morreram no Zoológico Municipal da cidade de Tatsuno, na província de Hyogo.
A instituição, administrada pela prefeitura, funcionava sem folgas. O zoológico estava aberto para visitação todos os dias do ano e 24 horas por dia.
De acordo com uma reportagem do Jornal Yomiuri, a morte de animais como cabras, pavões, patos, gansos e macacos foi atribuida as condições impróprias de criação. Não há criadores especializados e os animais vivem sob estresse constante.
Um macaco cynomolgus (Macaco do Velho Mundo) que morreu no zoológico, teve o óbito relacionado a um quadro de saúde desfavorável. No relatório sobre a morte, constou que o animal estava mal nutrido e debilitado por ter passado frio.
A prefeitura já estava estudando a ideia de reduzir o horário de visitas para aliviar o estresse dos animais. No entanto, acabou acelerando a decisão depois que os visitantes passaram a reportar o problema dos animais estarem mal cuidados.
Também houve matérias na mídia japonesa questionando a falta de especialistas no local e as condições de funcionamento.
O Departamento de Planejamento da Prefeitura de Tatsuno, que gerencia o zoológico da cidade, disse que irá executar um plano de melhorias do ambiente.
“Vamos melhorar o esquema de criação dos animais e tomar medidas com base em consultas com veterinários e especialistas”, disse um representante.
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Os animais e o Zoo de Tatsuno
Fundado em 1955, o zoológico está ligado ao Parque de Tatsuno e funcionava como uma proposta de ser um “local de descanso” aos moradores. Segundo o jornal, deste lema surgiu a ideia de funcionar sem folgas, tornando o local acessível para passeios em qualquer dia ou hora.
As alas abrigam cerca de 80 animais de 12 espécies, muitos enviados do Zoológico de Himeji ou comprados de outras organizações. O parque passou a ser administrado pela prefeitura de Tatsuo em 2005 e recebeu o pico de 38 mil visitas anuais em 2009.
Em 2019, as visitas por ano caíram em 11 mil e não há dados que expliquem os motivos da queda, que pode ter relação com a precariedade do local.
A falta de uma gestão eficiente e cuidados suficientes com os animais acabou resultando em negligência, estresse elevado e mortes.
Foram 13 Macacos do Velho Mundo a morrer em cinco anos. A má nutrição foi atribuída ao fato de que os macacos tinham a ração roubada por outros primatas, do tipo macaco-japonês. A gestão do zoológico disse que se arrepende de ão ter tomado uma atitude para resolver o problema há tempo.
O zoológico também perdeu, em 2018, um dos dois ursos da espécie urso-negro-asiático que criava. No caso do urso, no entanto, o animal tinha 29 anos e já cumpria a expectativa de vida.
Para efetuar melhorias, a administração terá que superar algumas dificuldades. O zoológico é pequeno e sem a presença de profissionais especializados, divide as funções de alimentação e limpeza entre funcionários públicos e criadores.
Diversos problemas acontenciam por causa do funcionamento sem folgas. O Jornal Yomiuri relatou também que, no passado, houve lançamento de fogos de artifício de madrugada, perto da ala dos ursos e sem a presença de funcionários.
Por causa do estresse elevado, alguns animais estavam mostrando sintomas de problemas de saúde. O pavão chegou a perder penas e recebeu tratamento médico.