Fukushima – O tão esperado revezamento da tocha olímpica iniciou nesta quinta-feira (25) na província de Fukushima, apesar das circunstâncias da pandemia que fizeram o evento ser adiado para este ano e lançaram dúvidas sobre a realização segura das Olimpíadas de Tóquio.
A chama passou primeiro por cidades em Fukushima, no primeiro dia do revezamento. Foram cerca de 100 corredores, entre atletas de destaque no Japão, que percorreram as zonas afetadas pelo terremoto, tsunami e acidente nuclear que devastou a região em 11 de março de 2011.
Um pouco depois das 17h desta quinta-feira, o primeiro trajeto foi finalizado com sucesso.
Segundo informações da NHK, o governo japonês declarou que essas Olimpíadas serão as “Olimpíadas da reconstrução“.
Foi este sentimento que fez com que Fukushima fosse escolhida para a largada, depois do desastre que causou o derretimento de três reatores nucleares, evacuou cidades e contabilizou 18 mil mortos na região de Tohoku.
Na cerimônia, a chama foi acesa na tocha temática, em forma de flor de cerejeira. Logo depois, 16 jogadoras da Seleção Japonesa de futebol feminino “Nadeshiko Japan”, que venceu a Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2011, deram a largada na corrida.
Depois que a tocha olímpica passou pelas mãos dos 100 corredores, o curso do primeiro dia foi finalizado no fim da tarde com o piloto japonês Yoshihide Muroya, que levou a tocha ao local destinado na cidade de Minamisoma.
A partir de sexta-feira (26), a tocha deve passar pelas cidades de Fukushima e Koriyama, dando sequência ao trajeto.
Durante 121 dias, a tocha deve percorrer as 47 províncias e passar pelas mãos de 10 mil corredores, até chegar em Tóquio.
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Temores da pandemia
Cancelado no ano passado devido aos impactos da disseminação do novo coronavírus, a execução das Olimpíadas este ano gerou opiniões contraditórias e muitas dúvidas com relação a realização do evento de forma segura.
As dúvidas e temores seguem durante os quatro meses que devem acarretar na realização de eventos em todo o país.
Recentemente, o Comitê Organizador das Olimpíadas anunciou que o público estrangeiro não poderá entrar no Japão para acompanhar os jogos. A falta de torcedores foi uma das soluções encontradas para prevenir uma catástrofe ainda maior com relação a disseminação do vírus.
No entanto, a realização das Olimpíadas neste cenário de pandemia pode custar caro. Em entrevista para o Japan TImes, o professor de economia Katsuhiro Miyamoto revelou uma estimativa de ¥2,4 trilhões de prejuízo provocado pela falta do público.