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Home Japão

Funcionário de prefeitura tenta impedir inscrição de mulher sem-teto no “seikatsu hogo”

Mulher gravou a conversa em Yokohama, quando tentou se inscrever no "seikatsu hogo" (auxílio subsistência do governo japonês)

Ana Paula Ramos by Ana Paula Ramos
18 de março de 2021
in Japão
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Escritório de Bem-estar Social do bairro de Kanagawa, em Yokohama, pediu desculpas. Foto: Shukan Josei Prime

Escritório de Bem-estar Social do bairro de Kanagawa, em Yokohama, pediu desculpas. Foto: Shukan Josei Prime

Funcionário de prefeitura no Japão conta mentiras para impedir inscrição de mulher sem teto no seikatsu hogo.

Uma mulher que estava vivendo na rua depois de ter perdido o emprego tentou se inscrever no auxílio subsistência (seikatsu hogo) oferecido pelo governo japonês à população sem renda mínima.

No entanto, ela se deparou com um atendimento inapropriado e não conseguiu efetuar a solicitação depois que o funcionário responsável contou mentiras sobre a obtenção do auxílio.

O caso aconteceu no Escritório de Bem-Estar Social do bairro de Kanagawa, na cidade de Yokohama (província de Kanagawa) e foi publicado no Portal Shukan Josei Prime.

A prefeitura reconheceu o caso como inadequado depois de checar a gravação e fez uma coletiva de imprensa para pedir desculpas. Mihoko Kobayashi, que realiza atividades de apoio à população vulnerável através da organização Tsukuroi Tokyo Fund, comentou os equívocos do funcionário que deveria orientar o caso.

A mulher que pediu o auxílio será identificada como “A”. Ela havia perdido o emprego e a residência e tinha ¥90 mil no banco, mas com contas de telefone e internet pendentes, que deveriam descontar ¥20 mil no fim do mês.

Para economizar dinheiro, ela decidiu ficar em um parque. No dia 22 de fevereiro, “A” foi até o Escritório de Bem-Estar Social do bairro de Kanagawa para encaminhar a solicitação do auxílio. O funcionário tentou evitar a inscrição e colocou nos registros que “A” não teve intenção de encaminhar a solicitação.

“A” chegou no local com o formulário impresso em mãos, depois de ter feito o download por orientação de organizações de apoio e de um advogado voluntário. Ela também gravou a conversa por orientação das instituições, que já previram que a prefeitura poderia dificultar o pedido.

A conversa gravada foi transcrita pelo portal, com os comentários de Mihoko Kobayashi adicionados entre os trechos do diálogo. Confira abaixo:

Leia também: Governo japonês confirma auxílio de ¥50 mil por cada criança de família de baixa renda

Gravação Seikatsu Hogo

Adobe Stock 2021

Funcionário: Na recepção a senhora escreveu que está sem residência? Poderia explicar a sua situação?

A: Eu não tenho emprego no momento. Até o mês que vem devo receber o último salário, mas sem emprego e sem endereço, eu estou dormindo em hotéis cápsulas ou em net cafés (lan houses). O que mais o senhor gostaria de saber?

Funcionário: Para as pessoas sem teto há abrigos de moradores de rua. A senhora pode entrar em um abrigo. Pode fazer uma consulta para mulheres.

Comentário: Aqui o funcionário está tentando dizer que entrar em uma instituição é premissa para receber o auxílio. Esta é uma explicação falsa. Forçar o solicitante a entrar em um abrigo vai contra o Artigo 30 da Lei do Seikatsu Hogo. Se o solicitante não quiser, é de responsabilidade do Escritório pensar em outras soluções. (Mihoko Kobayashi).

A: Eu não sabia o que fazer por estar sem casa e entrei em contato com uma NPO em Saitama.

Funcionário: Saitama? A senhora foi até Saitama?

A: Eu não fui até Saitama. Entrei em contato pelo Twitter. Eles falaram que vão me acompanhar se a solicitação for negada. Eu acho que seria muito incômodo para eles. Eu não posso me inscrever no seikatsu hogo?

Funcionário: Se for em outra prefeitura, há ajuda de custo para que pessoas que não tem casa encontrem uma casa para ficar. Aqui é diferente, no caso de moradores de rua, não sabemos se terá local para ficar hoje ou amanhã, então nós encaminhamos para um abrigo.

Comentário: Eu fiquei muito surpresa com esta explicação. O funcionário tenta induzir ao pensamento de que o auxílio não é usado para cobrir o gasto inicial com um apartamento. Há rumores sobre outras prefeituras. Isto é uma mentira clara. Ele continua insistindo de que é premissa ter um lugar para morar antes de pedir o auxílio, continua com explicações mentirosas. (Mihoko Kobayashi).

A: De acordo com o que me foi explicado pela NPO, eu posso solicitar o auxílio mesmo que não tenha onde morar. Isto não é verdade?

Funcionário: Solicitar, sim, você até pode solicitar… (inaudível aqui).

A: Então, se eu posso solicitar, gostaria de solicitar.

Funcionário: De onde a senhora veio hoje?

A: Hoje… ontem eu dormi na rua. Como ontem estava mais quente, eu dormi no parque.

Comentário: No momento em que ela diz claramente que quer se inscrever, ele muda de assunto.  Ao ouvir esta tentativa de “enrolação”, penso que o Escritório de Bem-estar Social está muito hábil em fazer isto. Ela já pediu três vezes para se inscrever, mas o funcionário não encaminha a inscrição. (Mihoko Kobayashi)

Funcionário: Desculpe fazer esperar. O que está em discussão no momento é o fato de a senhora não ter casa. Como a sua situação é esta, se a senhora solicitar sem ter residência, por não ter uma residência, é provável que o caso seja negado. Além disso, quando a solicitação é encaminhada, o dinheiro que o solicitante possui é considerado como renda e há um limite. Se o dinheiro que a senhora possui ultrapassar o limite, não vale a pena fazer a inscrição e no momento o dinheiro que a senhora possui (¥90 mil) está acima do limite. Há grandes chances do pedido ser rejeitado.

Comentário: Aqui ele explica que o dinheiro que ela possui está acima do limite para receber o auxílio. De fato há um limite, mas este limite é de ¥130 mil. Se o usuário tiver mais do que isso, pode ser rejeitado. “A” só possui ¥90 mil, o dinheiro que ela tem está abaixo deste limite. (Mihoko Kobayashi)

A: Posso fazer uma pergunta?

Funcionário: Claro.

A: Desculpe de novo. A NPO me disse que mesmo sem ter casa, se o meu registro de residência estiver em algum lugar, eu posso posso fazer a solicitação neste lugar.

Funcionário: Ah, sim, é verdade.

A: A possibilidade de rejeição significa que o valor excede o limite para gastos cotidianos?

Funcionário: Como não há residência agora, não há gasto de aluguel com residência

A: Mas… agora eu só tenho ¥90 mil. Qual o limite mínimo para os gastos cotidianos?

Funcionário: Para os gastos cotidianos é ¥75 mil. Se encontrar um apartamento barato, em Kanagawa ou Tóquio, pode fazer a solicitação no local responsável pelo seu endereço. Se não encontrar um apartamento pode tentar um hotel? No bairro Naka ou Kotobuki há muitos hotéis. Pode transferir o seu registro de residência para este local e então pode fazer o pedido.

Comentário: Aqui o funcionário está se contradizendo. Ele concorda com ela que pode solicitar sem residência, mas então diz que precisa encontrar uma residência primeiro para fazer o pedido. “A” está claramente com problemas, dá para perceber pela sua voz na gravação, é de doer o coração. (Mihoko Kobayashi).

A: Então, agora não posso solicitar e serei rejeitada, é isto?

Funcionário: Solicitar, a senhora pode, mas não há muito mérito em fazer isto agora. É melhor para a senhora fazer a solicitação depois de encontrar um endereço.

A: Hum…

Funcionário: Sugiro procurar um apartamento que não tenha um custo alto para entrar.

A: Eu não tenho como ter um fiador. Procurei muitos lugares, mas como só tenho ¥90 mil, é muito difícil. Além disso, quando pagar as contas que faltam, terei apenas ¥70 mil. Não sei o que fazer… hum… estou preocupada. Mas… eu posso solicitar, não é?

Funcionário: Mesmo que solicite, se não há residência… (inaudível aqui)

Comentário: Não consigo não ficar indignada. Por favor, pensem comigo. Se não há residência, a pessoa só tem ¥90 mil e vai perder ¥20 mil no fim do mês. Não tem trabalho, não pode contar com ninguém. E além disso não pode ganhar o auxílio. Será que tem uma imobiliária ou um proprietário alugaria apartamento para alguém nessas condições!? (Mihoko Kobayashi)

A: O senhor tem este formulário? Parece que não posso me inscrever no seikatsu hogo em Yokohama se for moradora de rua.

Funcionário: Não, não é isso. A senhora pode se inscrever, mas solicitar e receber o benefício são coisas diferentes.

A: Ah, mas então pelo motivo de que não tenho casa… Posso receber o papel do formulário? Eu fiz uma cópia, na verdade e trouxe comigo.

Funcionário: O formulário é entregue no momento da inscrição. Não é entregue previamente.

A: Ah… Não sei o que fazer.

Comentário: “A” é uma pessoa inteligente. Apesar das explicações incorretas do funcionário, ela continua se esforçando. Ela perdeu forças pela preocupação e desesperança. Por outro lado, o funcionário continua com um posicionamento ilegal e sem pestanejar. (Mihoko Kobayashi).

Pedido de desculpas

A gravação foi utilizada para solicitar esclarecimentos ao Escritório de Bem-Estar Social, que realizou uma coletiva de imprensa. No fim da tarde do mesmo dia, a Prefeitura de Yokohama também falou publicamente. reconheceu que o tratamento foi “inadequado” e pediu desculpas.

A prefeitura distribuiu um documento de esclarecimentos sobre o caso e disse que o tratamento no bairro de Kanagawa foi “extremamente problemático“. e explicou que “o funcionário ouviu a situação da moradora de rua e explicou sobre o sistema do Seikatsu Hogo, mas indicou que se consultasse com terceiros e finalizou a consulta”.

“Nos meus esforços até agora, vi algumas prefeituras colarem placas de ‘proibido gravar’, com a desculpa de que é para proteger a privacidade da pessoa que se consulta. No entanto, há o mesmo aviso no local de consultas particulares e a verdade é que se gravar, muitas circunstâncias ilegais virão a tona. Não há lei que diga que não possa registrar o comportamento de um funcionário público”, explica Mihoko.

Tags: auxílio subsistênciagoverno japonêsprefeitura no Japãoseikatsu hogo
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Ana é jornalista e escritora, com mais de 7 anos de experiência no Japão e atuação na mídia brasileira.

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