Tóquio / Nova York – Alegria e emoção. Essa era a mistura de sentimentos de um casal japonês que, pela primeira vez, deixou o salão de um hospital em Nova York e saiu ao ar livre com a filha de 1 ano, sem que a menina precisasse do auxílio de aparelhos para sobreviver.
A pequena Aoi Sato nasceu com uma insuficiência cardíaca grave: o coração não era capaz de bombear o sangue e por isso, precisava de um dispositivo de assistência ventricular para se manter viva.
Normalmente, as crianças que nascem no Japão com problemas congênitos e que precisam de um transplante de órgão, passam por um drama tão delicado quanto suas próprias condições.
É bastante raro conseguir o transplante dentro do Japão: a fila é extensa, a disponibilidade de órgãos doados não dá conta e há empecilhos legais que dificultam o aumento da oferta de órgãos para as cirurgias.
Por isso, é muito comum que famílias japonesas que passam por essa situação acabem arrecadando fundos e viajando aos Estados Unidos para o transplante. Os pais de Aoi, Sayaka e Shoichiro, viveram esse drama que começou há mais de um ano.
O casal arrecadou ¥530 milhões com o auxílio de entidades de apoio e viajou para Nova York. Desde então, a filha ficou sob cuidados no Centro Médico da Universidade de Columbia e se preparava para o transplante.
A cirurgia foi realizada com sucesso, a bebê recebeu alta e na despedida, o casal estava em lágrimas. Sayaka agradeceu a equipe médica em inglês e comentou:
“vamos voltar para a casa depois de 507 dias”.
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A jornada continua
A “volta para a casa” é simplesmente sair do hospital com a filha e viver uma rotina comum em família pela primeira vez.
Na verdade, Sayaka e Shoichiro ainda precisam ficar nos Estados Unidos por pelo menos mais seis meses. A menina precisa de duas consultas por semana no hospital para ver se não houve complicações ou irregularidades com o órgão novo.
Mesmo assim, a parte mais difícil já passou e o casal estava muito feliz quando deu uma entrevista online para canais da mídia japonesa.
Sayaka disse que ficou surpresa ao tocar no lado esquerdo do peito da filha e sentir o coração batendo normalmente.
“Foi incrível ver isso acontecendo e fiquei bastante emocionada quando fui dar banho nela. Colocar a minha filha na banheirinha foi uma grande alegria”, contou.
O marido contou sobre a emoção de não precisar mais de aparelhos.
“Antes ela tinha o dispositivo ligado no coração e não podia se mover mais do que uma distância de dois metros e agora finalmente a gente conseguiu colocar ela no carrinho de bebê e simplesmente sair andando”, disse.
O casal também comentou que a filha está muito bem e que aumentou o apetite nos últimos dias.
A jornada foi difícil, mas deu tudo certo e a bebê pode sobreviver graças também as tantas pessoas que colaboraram com a arrecadação de fundos para salvar a vida da bebê.