Tóquio – Quem mora ou já visitou o Japão provavelmente passou algumas horas em um izakaya, o tradicional bar japonês com divisórias, mesas e cadeiras de madeira e um cardápio variado de drinks e petiscos.
O momento é perfeito para passar algum tempo com os amigos e se divertir, mas o que pouca gente sabe é que existe um perigo real nas bebidas oferecidas. Uma reportagem da revista Nikkan SPA! trouxe dois especialistas para falar sobre os piores aditivos nas bebidas e alimentos no Japão, que podem causar câncer a longo prazo e provocar anomalias no fato caso as gestantes acabem expostas.
Os especialistas são o jornalista especializado em comida processada, Mitsugi Nakadogawa e o nutricionista Kazuki Maruo. Segundo eles, uma bebida popular que entra na lista negra é o “Nama-shibori Sawa”, um drink refrescante de frutas e com sabor ácido. Muito pedido nos bares japoneses, a bebida tem várias opções de frutas e o problema está em seus conservantes.
“O Nama-shibori sawa tem aditivos que são cancerígenos ao organismo humano e agentes teratogênicos, capazes de provocar anomalias em um feto durante a gestação. Para reduzir os custos, muitos bares utilizam frutas importadas do exterior e principalmente as cítricas possuem um aditivo que previne o surgimento do mofo. Há uma forte suspeita de que esse conservante provoque câncer e ptoblemas na gestação”, explicou Nakadogawa.
Em segundo lugar na lista de maiores perigos alimentícios estão os adoçantes.
“São produtos que contém aspartame, o aditivo alimentar utilizado para substituir o açúcar. A Organização Mundial de Saúde já trouxe relatórios sobre o fator cancerígeno, mas há outras razões para evitar. Os adoçantes prejudicam a flora intestinal e afetam o cérebro pela ligação entre os dois órgãos. E também causam obesidade e podem provocar diabates”, alertou.
Muita gente não tem o hábito de colocar adoçante no café, mas o perigo está em bebidas que são consumidas sem verificar suas fórmulas. “Quando há a informação de que o produto tem baixa caloria, muitas vezes contém adoçante. É o caso de drinks de esporte, energéticos e até o molho tare servido no yakiniku (churrasco)”.
De acordo com o nutricionista Kazuki Maruo, a lista não pode deixar de incluir os corantes artificiais e os conservantes sintéticos.
“Acredita-se que os corantes de alcatrão são cancerígenos. Talvez você já tenha visto na embalagem de alimentos de cores brilhantes a indicação de que contém amaranto. É muito utilizado em doces, alimentos vendidos nas lojas de lembrancinhas e para crianças. Estudos na Inglaterra mostram que o consumo recorrente por crianças causa hiperatividade, comportamento impulsivo, déficit de atenção”, sinalizou.
Nas embalagens de produtos no Japão, a presença do corante amaranto é indicado pelo termo “akairo-2gou”, (赤色2号 em japonês).
Outro risco são os conservantes sintéticos, que também são cancerígenos e afetam negativamente a flora intestinal. “Evite principalmente produtos que contém ácido sórbico (ソルビン酸 em japonês) e ácido benzoico (安息香酸 em japonês). Esses são os mais prejudiciais para a saúde”, alertou.
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Cuidado com os aditivos
É difícil fugir por completo dos aditivos, já que estão presentes nos alimentos industrializados, bebidas e comidas facilmente consumidas na hora de comer fora, ir no bar ou passear em lugares diferentes. Porém, um pouco de atenção com as informações das embalagens pode ajudar a prevenir e fazer escolhas melhores na hora de comprar.
Os adoçantes podem estar presente nas embalagens que destacam que há baixas calorias no produto, os corantes são presença comum nos doces muito coloridos. bebidas artificiais com frutas cítricas podem conter facilmente os conservantes que previnem o mofo e são perigosos.
Os especialistas aconselharam a verificação das embalagens e uma busca consciente por produtos livres de aditivos. Neste caso, as embalagens devem conter a indicação de “mutenka” (無添加).
“Na parte das embalagens que exibe os ingredientes do produto, há uma barra que indica os aditivos. Sempre verifique a informação que há depois dessa barra e veja quais são os riscos antes de comprar e consumir”, aconselhou Kazuki.
A imagem mostra como exemplo a forma como os conservantes são exibidos de acordo com os padrões legais do Japão. Quem não domina o idioma pode traduzir a informação com o serviço de tradução por imagem do Google, buscar mais informações sobre o aditivo e controlar para que os mais perigosos fiquem de fora da alimentação pessoal e da família.