Um novo método de triagem desenvolvido por pesquisadores japoneses pode facilitar a detecção precoce do Alzheimer e do comprometimento cognitivo leve. Utilizando apenas três perguntas simples, o estudo busca atender à crescente necessidade de diagnósticos rápidos e precisos para combater a doença, que afeta um número crescente de idosos no Japão.
A pesquisa, conduzida pela Universidade de Keio em parceria com o Hospital Saiseikai Yokohamashi Tobu, foi publicada na última quinta-feira na revista científica Alzheimer’s Research & Therapy. O método envolve perguntas voltadas para a rotina diária e o interesse por notícias recentes:
- “Você sente que tem mais dificuldades no seu dia a dia do que costumava ter?”
- “Você poderia me contar sobre seus prazeres ou passatempos diários?”
- “Quais são as notícias ou tópicos mais notáveis atualmente/recentemente?”
As respostas são analisadas junto a observações comportamentais, como evitar respostas diretas ou pedir ajuda a acompanhantes. Durante o estudo, realizado com 155 participantes, exames cerebrais apontaram que pacientes com respostas vagas ou incongruentes apresentaram níveis significativamente mais altos de proteínas beta-amiloides, substância associada ao desenvolvimento do Alzheimer.
Segundo o professor Daisuke Ito, neurologista e líder do projeto, o método pode ser amplamente utilizado em instalações de cuidados de enfermagem, auxiliando na identificação precoce da doença.
Desafios no Diagnóstico e Tratamento
Embora medicamentos como o lecanemab e o donanemab-azbt já estejam disponíveis no Japão, sua eficácia depende de diagnósticos precoces. Muitos pacientes perdem a oportunidade de iniciar o tratamento devido à demora em realizar os exames necessários, o que reforça a importância de métodos de triagem acessíveis.
Projeções indicam que o número de idosos com demência no Japão pode alcançar 6,45 milhões até 2060, o equivalente a 1 em cada 6 indivíduos com 65 anos ou mais. O avanço de estratégias para diagnóstico precoce, como o novo método, é considerado essencial para reduzir o impacto da doença no sistema de saúde e na sociedade.
Essa iniciativa destaca como abordagens simples podem fazer a diferença no enfrentamento de uma condição tão complexa quanto o Alzheimer, oferecendo esperança para pacientes e suas famílias.