Na cidade de Suzu, na província de Ishikawa, uma nova abordagem para a construção de casas está proporcionando esperança para as vítimas do recente terremoto na Península de Noto. A tecnologia de impressão 3D, que anteriormente era usada para criar pequenos espaços e protótipos, está sendo aplicada pela primeira vez na construção de casas completas no Japão, trazendo uma solução acessível e rápida para aqueles que precisam reconstruir suas vidas.
Desenvolvida pela Serendix, uma empresa especializada em moradias impressas em 3D, a nova casa tem uma área de 50 metros quadrados e é projetada para abrigar duas pessoas. O processo de construção é notavelmente rápido, levando apenas 6 dias, com uma jornada de trabalho de 8 horas por dia. Além disso, o custo é significativamente menor do que o de uma construção tradicional, no valor de 5,5 milhões de ienes (sem impostos).
O projeto já está em andamento nas instalações do hotel “Noto no Wa” em Kamito-cho, onde várias paredes de concreto reforçado, com 30 centímetros de espessura e um design ondulado semelhante a um mil-folhas, foram montadas com vista para o mar. Essas estruturas foram impressas por uma máquina que segue um modelo digital e deposita camadas de argamassa com precisão usando um braço robótico. Uma dessas construções servirá como um quarto de hotel, oferecendo uma amostra da inovação tecnológica para os visitantes.
Masahiro Kura, o gerente geral do “Noto no Wa”, descobriu a tecnologia de impressão 3D para construções há 3 anos. Inicialmente, ele planejava usar a tecnologia para criar pequenos espaços em Suzu, mas o terremoto interrompeu os planos. Decidido a ajudar a comunidade afetada, Kura optou por construir uma casa modelo como uma nova opção para a reconstrução das áreas devastadas.
A necessidade de uma solução rápida e acessível é especialmente relevante na região de Noto, onde a população envelhece a uma taxa elevada e o aumento dos preços de materiais de construção, como a madeira, tem dificultado a reconstrução. As casas impressas em 3D, que têm suas paredes reforçadas com concreto, são consideradas suficientemente resistentes para suportar futuros terremotos, oferecendo uma alternativa viável para as vítimas do desastre.
O projeto da Serendix gerou um enorme interesse, com mais de 10.000 consultas recebidas de todo o Japão. Além de apoiar a reconstrução em Suzu, a empresa também está explorando a possibilidade de levar essa tecnologia para a Ucrânia, um país devastado pela invasão russa, onde a necessidade de moradias acessíveis e rápidas é igualmente urgente.
Kunihiro Hada, diretor executivo da Serendix, destacou a importância de oferecer uma solução em tempos de crise: “Com tantas pessoas que perderam suas casas, achamos que era importante transmitir uma nova luz o mais rápido possível.”