Tóquio – A rede FamilyMart inaugurou em Tóquio nesta quarta-feira (31) uma loja de conveniência que funciona sem a presença de funcionários.
Localizada em um prédio próximo à Estação de Tóquio, a loja foi aberta na terça-feira (30) para que membros da imprensa pudessem conhecer o local, saber sobre o funcionamento e fotografar.
De acordo com as informações publicadas pela emissora NHK, a loja conta com um sistema tecnológico para garantir as vendas sem a necessidade de funcionários.
São 48 câmeras instaladas no teto e sensores distribuídos nas prateleiras com produtos. O cliente é identificado pelas câmeras, bem como os produtos que forem retirados das prateleiras.
O sistema consegue identificar quem pegou o quê e na hora da saída, um painel touch mostra a lista de produtos e o valor total. O pagamento pode ser feito em dinheiro ou com cartões eletrônicos.
Se o cliente tentar comprar bebidas alcoólicas, o monitor conecta a um funcionário na parte interna, que pode realizar a verificação da idade através da câmera. Desta forma, a loja da FamilyMart vender bebidas alcoólicas mesmo sem a presença de atendentes.
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Mão de obra – FamilyMart
Este tipo de loja está sendo estruturada para que o trabalho seja reduzido e se torne possível ter apenas um funcionário responsável pelo local.
Este funcionário cuidará de outras funções administrativas da loja, sem precisar se preocupar em atender cada um dos clientes.
De acordo com a emissora NHK, além da FamilyMart, outras empresas que administram lojas de conveniência no Japão, incluindo as populares redes Seven Eleven e Lawson, estão realizando testes semelhantes para inaugurar novas lojas que não necessitam de uma equipe de funcionários.
Um dos principais objetivos é utilizar a tecnologia para garantir as vendas e a segurança da loja e para combater os impactos da falta de mão de obra que o Japão vem enfrentando há anos.
Tomohiro Kano, responsável pela execução dos projetos da rede FamilyMart, diz que este novo modelo de loja é capaz de reduzir as funções de trabalho pela metade.
“A falta de mão de obra tem se tornado algo normal e através deste modelo de vendas, podemos reduzir o trabalho que a loja exige pela metade. Vamos continuar executando melhorias e a ideia é expandir esta proposta como um novo modelo comercial”, explicou.
Efeitos da pandemia
O Japão vem sofrendo com a falta de mão de obra desde muito antes da pandemia e o problema tem se agravado conforme a população vai envelhecendo e o número de pessoas em idade ativa de trabalho cai.
De acordo com o jornal Nikkei, o problema tem mostrado seus impactos mesmo depois que as medidas preventivas de transmissão do coronavírus restringiram atividades comerciais e resultaram em prejuízos econômicos.
Uma pesquisa da empresa Mynavi mostrou que, no fim de 2020, cerca de 56,3% das empresas estavam sofrendo com falta de trabalhadores temporários, apesar de uma queda de 13,9 pontos em comparação aos dados da pesquisa de 2019, pouco antes dos primeiros casos de coronavírus serem revelados na China.
Na pesquisa de 2020, 62,6% dos setores que cuidam de idosos estavam sofrendo com falta de mão de obra. No caso dos supermercados e lojas de conveniência, o problema estava impactando 61,6% das empresas, mas a redução foi de 21,7 pontos em comparação ao ano de 2019.
Por causa da pandemia, houve um certo alívio nesta questão, mas os setores que estavam com dificuldade de suprir a falta de mão de obra desde antes continuam apresentando um índice elevado de escassez de trabalhadores. o