Durante o segundo dia de perguntas na sessão plenária da Câmara dos Conselheiros, realizado nesta quinta-feira (6), a Primeira-Ministra Sanae Takaichi reafirmou sua intenção de revisar e aprofundar as discussões sobre a política de aceitação de estrangeiros no Japão.
O debate foi impulsionado pelo Conselheiro Sohei Kamiya, do Partido Sanseito (também conhecido como Partido Do it Yourself), que criticou a atual política migratória do governo. Segundo Kamiya, “como resultado da expansão da aceitação de estrangeiros sem uma política clara, a ansiedade e a insatisfação estão se espalhando entre o público”. O parlamentar questionou se o governo pretende continuar ampliando a entrada de estrangeiros ou adotar medidas mais restritivas.
Kamiya, conhecido por sua postura populista e nacionalista, tem defendido abertamente a prioridade aos cidadãos japoneses — uma visão expressa em seu lema “Japanese First”. Sua retórica antiglobalista vem ganhando força entre parte do eleitorado, ajudando seu partido a conquistar 14 cadeiras nas eleições para a Câmara dos Conselheiros realizadas neste ano.
Em resposta, Takaichi adotou um tom cauteloso, reconhecendo a importância dos trabalhadores estrangeiros em setores afetados pela escassez de mão de obra. “É verdade que existem áreas que necessitam de talentos estrangeiros em meio ao declínio populacional”, afirmou. A primeira-ministra defendeu programas existentes, como o Sistema de Emprego para o Desenvolvimento e o Sistema de Trabalhadores Qualificados Específicos, mas garantiu que haverá controle rigoroso: “Gerenciaremos adequadamente os sistemas, inclusive estabelecendo um limite para o número de pessoas aceitas.”
Takaichi encerrou sua declaração destacando que o governo continuará a analisar cuidadosamente os rumos da política migratória japonesa: “Prosseguiremos com pesquisas e considerações básicas sobre a abordagem fundamental para a aceitação de estrangeiros no futuro.”
A discussão evidencia o desafio do Japão em equilibrar as necessidades econômicas e o envelhecimento populacional com as preocupações sociais e políticas relacionadas à imigração — um tema que promete permanecer no centro do debate público nos próximos meses.





