Fukuoka – Um caso curioso de processo por traição no Tribunal de Fukuoka acabou se tornando tema de uma reportagem do Portal de Assuntos Jurídicos Bengoshi News.
No Japão, é comum que o homem ou a mulher entre com um processo judicial contra o ex no caso de traição. Evidências como idas ao motel, conversas por aplicativos de mensagens e outras provas servem para que o pedido de indenização seja aprovado e na maioria das vezes, a conta sai cara para a parte infiel.
Mas não em um caso especial que foi registrado no Tribunal de Fukuoka. Em dezembro de 2020, a sentença chocou a mulher que havia pedido ¥5 milhões de indenização pela traição do marido. O juiz considerou que não havia um bom grau de certeza da traição e rejeitou o pedido.
Mas o caso era cheio de supostas evidências difíceis de explicar. De acordo com os laudos do processo, Mika (nome fictício) e Hiro (nome fictício) eram casados há 25 anos e tinham um filho. Hiro conheceu Ayumi (nome fictício), uma viúva e mãe de 3 crianças. Eles passaram a se encontrar.
Dois anos depois, a Mika e Hiro se separaram. Mika entrou com o processo de traição, pois soube que Hiro se encontrava com Ayumi em motéis e viajavam juntos. Parecia ser um caso claro de traição, mas Hiro e Ayumi conseguiram virar o jogo no tribunal.
Leia também: Alergia ao pólen ou ômicron: sintomas são semelhantes e podem confudir; médica explica como diferenciar.
Relação de professora e aluno e não traição?
Nas audiências, Ayumi não negou seus encontros com Hiro. Ela confirmou que eles frequentavam motéis e faziam viagens juntos. Mas disse que as viagens tinham um propósito educativo e que envolviam a participação em cursos e reuniões.
E quanto aos motéis, a explicação foi de que são locais de baixo custo que eles consideraram adequado para estudar. Ayumi afirmou que sua relação com Hiro “não passava de professora e aluno” e que o tema dos estudos era sobre dependências psicológicas.
Não dá para saber o que eles realmente faziam no quarto dos motéis ou nas viagens. Durante o processo, as conversas pelo aplicativo de mensagens LINE foram analisadas e a conclusão foi de que o conteúdo não tinha um teor claro o suficiente para comprovar que o relacionamento de Hiro e Ayumi era amoroso.
Além disso, as mensagens mostravam que os dois começaram a conversar mesmo com a finalidade de estudos e não com o objetivo de manter um envolvimento sexual. Os registros também mostravam que eles tinham essa relação de interesse por piscologia e mantinham conversas sobre isso.
Outra questão que afetou a decisão foi a evidência do interesse pessoal de ambos pelos estudos sobre questões psicológicas, relacionadas com a dependência, que foi o que eles alegaram estudar juntos. Ambos fazem partes de grupos de estudos sobre um tema muito específico e esta particularidade do caso reforçou as alegações.
Pode ter sido uma jogada muito bem feita para se livrar da indenização de ¥5 milhões. Mas também pode ser verdade que os dois se encontravam apenas com a finalidade de estudos. No fim, a esposa acabou sem conseguir confirmar a traição e sem receber nada apesar da situação suspeita.