Tóquio – A juventude da japonesa Fusako Shigenobu foi como um filme de ação rodeado por metralhadoras e com um rastro de vítimas. Líder guerrilheira do Exército Vermelho, o grupo terrorista que ela mesma fundou, Fusako se envolveu em ataques terroristas na Holanda e Israel na década de 1970, passou anos foragida e acabou presa nos anos 2000.
Segundo uma reportagem da agência de notícias Kyodo, Fusako, de 76 anos, está prestes a conquistar a liberdade. Ela deve sair do presídio no fim do mês de maio e como antecipação, escreveu uma carta pública.
A carta foi destinada aos apoiadores, mas foi obtida pelo Kyodo na semana passada. Fusako disse que depois de sair da prisão irá se preocupar em se desculpar e “lutar contra sua doença”, com tratamento e reabilitação. Não foi especificado se o caso é de uma doença física ou psicológica.
Ela também disse que está “entusiasmada” para seguir com sua vida de forma divertida e mostrou expectativa em reencontrar os apoiadores. Depois dos ataques conhecidos, Fusako esteve foragida por anos até que acabou presa pela acusação de sequestro e tentativa de assassinato, referente ao ataque ocorrido na Holanda há quase 50 anos.
Uma matéria da BBC de 2006 afirmava que Fusako havia sido condenada a 20 anos de prisão por seus crimes de cunho terrorista. No entanto, ela está saindo do presídio antes de concluir duas décadas de detenção.
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Histórico do grupo terrorista
Fusako fundou o Exército Vermelho no fim da década de 1960 e tinha objetivos estrondosos, como derrubar o governo do Japão e o sistema imperial. O grupo de extrema esquerda era uma facção da Liga Comunista Japonesa e visava estimular uma revolução a nível mundial.
Na Holanda, o ataque aconteceu em 1974, na cidade de Haia. O alvo do grupo era o embaixador francês e dez funcionários, que foram sequestrados e feitos de refém. O Exército Vermelho queria a libertação de membros do grupo que acabaram detidos na França.
Outros ataques famosos foram creditados a este grupo. Em 1972, houve um ataque conjunto do grupo e da Frente Popular para a Libertação da Palestina no Aeroporto de Lod em Israel. Os guerrilheiros utilizaram metralhadoras e acabaram provocando a morte de 20 pessoas.
Tempos depois, a líder se manifestou sobre esse ataque e defendeu o ato, mas lamentou o fato de que houveram vítimas. Agora, prestes a conquidtar a liberdade depois de tantos anos na prisão, a japonesa promete passar a velhice longe de problemas.